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sábado, 26 de dezembro de 2015

O yuan será a terceira moeda mais poderosa na cesta do FMI

By Ariel Noyola Rodríguez
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Apesar da forte oposição do Tesouro dos Estados Unidos, o FMI finalmente aprovou em 30 de novembro a inclusão do yuan nos Direitos Especiais de Saque, uma cesta de moedas criada em 1969 para suplementar as reservas oficiais existentes dos membros do organismo multilateral. Assim, a moeda chinesa se tornará a partir do próximo 1 de outubro de 2016 o quinto integrante da cesta do FMI. E a influência financeira da China a nível mundial continuará crescendo rapidamente: o peso do yuan nos Direitos Especiais de Saque será maior em comparação com o iene japonês e a libra britânica.
Poucos meses atrás, houve muito ceticismo sobre se o Fundo Monetário Internacional (FMI) iria incorporar ou não a “moeda do povo” da China (“renminbi”) em sua cesta de divisas[1]. Finalmente, as dúvidas acabaram: apesar da forte oposição do Tesouro dos Estados Unidos, muito em breve o yuan se tornará o quinto membro da cesta de moedas do FMI[2].
Como chegamos até aqui? Em meio à crise do sistema de taxas de câmbio fixas, que foi estabelecido no ano 1944, em 1969 o FMI criou um ativo de reserva, que chamados de Direitos Especiais de Saque (SDR, ‘Special Drawing Rights’, em inglês). Como o sistema da Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos estava cada vez mais impossibilitado de trocar por ouro uma quantidade excessiva de dólares que os bancos centrais de todo o mundo tinham acumulado, o propósito do SDR foi o de complementar as reservas oficiais existentes dos países que compunham o FMI.
Em um primeiro momento, o valor do SDR foi definido como equivalente a 0,888671 gramas de ouro fino. E numa segunda fase, após o colapso dos acordos de Bretton Woods, o valor do SDR foi estabelecido por referência a uma cesta de moedas das principais economias da época: Estados Unidos, Alemanha, Japão, Reino Unido e França. No fim dos anos 90, a cesta do FMI era composta pelo dólar, euro, iene japonês e libra britânica.
E, a partir de então, não houve mais alterações. Apesar das enormes mudanças no quadro político e econômico mundial ao longo das últimas décadas, a composição da cesta do FMI manteve-se inalterada.
A deterioração da economia dos EUA não impediu que o dólar mantivesse a sua posição dominante: em 2011, ele ficava com quase 42% da carteira do SDR; seguido pelo euro, com 37,4%; a libra esterlina, com 11,3%; e o iene, com 9,4%. No entanto, após o Conselho Executivo do FMI decidir acrescentar a moeda chinesa em 30 de novembro, a composição da cesta finalmente vai mudar[3].
Assim, o yuan será a terceira divisa com maior peso nos SDR, com 10,92% do total, acima do iene japonês (8,33%), e da libra esterlina (8,09%), embora ainda atrás do dólar (41,73%) e do euro (30,93%). Esta decisão entrará em vigor em 11 meses, no próximo 01 de outubro de 2016.
“A inclusão do yuan vai aumentar a representação e o atrativo do SDR e ajudará a melhorar o sistema monetário internacional vigente, uma circunstância que beneficiará tanto a China como o resto do mundo”, declarou o Banco Popular da China em um comunicado[4].
Em 2009, Pequim já tinha deixado claro que aspirava que o yuan se tornasse uma moeda de reserva global. Como observei em meus artigos anteriores, a internacionalização do yuan tem sido baseada no “gradualismo” e apoiada especialmente na força comercial da China.
Nos últimos anos, o Banco Popular da China assinou swaps cambiais com mais de 40 bancos centrais, desde os localizados na Ásia-Pacífico, África e Europa aos do Chile e Canadá, aliados fervorosos dos Estados Unidos. Também não podemos esquecer a instalação de bancos de compensação no exterior para facilitar o uso do renminbi (‘RMB clearing banks’) e concessão de quotas de investimento para participar do programa chinês de Investidores Institucionais Estrangeiros Qualificados em Renminbi (RQFII, ‘Renminbi Qualified Foreign Institutional Investor Program’).
No entanto, essas medidas foram insuficientes para o yuan entrar na ‘primeira divisão’. Era preciso ganhar o reconhecimento de uma instituição decisiva na gestão das finanças, como o FMI. A China começou a ganhar a batalha em agosto, quando o yuan foi desvalorizado. Imediatamente, Pequim insistiu em que esta foi uma ação temporária; isto é, que não haveria desvalorizações prolongadas[5].
Foi então que a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, saiu para acalmar os investidores, neutralizando a propaganda dos EUA que responsabilizava a China pela turbulência econômica global[6].
Enquanto isso, Pequim não voltou atrás em seu programa de “reformas estruturais”; pelo contrário, pretende acelerar a abertura do seu setor financeiro. Tudo aponta no sentido da liberalização da taxa de câmbio e das taxas de juros, assim como do mercado de capitais. Depois de conectar as bolsas de valores de Xangai e Hong Kong em meados de novembro de 2014[7], agora a China contempla o estabelecimento uma ligação com a bolsa de Londres[8].
Em conclusão, embora seja verdade que o yuan ainda tem um longo caminho a percorrer para ser capaz de competir de igual para igual com o dólar, não há dúvida de que a sua próxima inclusão na cesta de moedas do FMI é um marco histórico[9]. O mundo financeiro está mudando…
Ariel Noyola Rodriguez
Artigo em espanhol :
yuan 2
El yuan será la tercera divisa más poderosa dentro de la canasta del FMI
Fonte em espanhol : Russia Today (Rússia). 1 de Dezembro de 2015
Ariel Noyola Rodriguez: Economista graduado pela Universidade Nacional Autônoma do México.


[1] «Incorporar o yuan ao sistema SDR», Ariel Noyola Rodríguez, Tradução Victor Farinelli, Russia Today (Rússia), Rede Voltaire, 3 de Abril de 2015.
[3] «IMF Agrees to Include China’s RMB in SDR Basket», Zou Luxiao, People’s Daily, December 1, 2015.
[5] «La devaluación del yuan pone a prueba el ascenso de China como potencia mundial», por Ariel Noyola Rodríguez, Russia Today (Rusia), Red Voltaire, 29 de agosto de 2015.
[6] «IMF’s Christine Lagarde Tries to Tamp Down China Panic, but Urges Vigilance», Ian Talley, The Wall Street Journal, September 1, 2015.
[7] «Xangai e Hong Kong: a nova dupla do mercado de ações», Ariel Noyola Rodríguez, Tradução Daniella Cambaúva, Rede Voltaire, 24 de Novembro de 2014.
[8] «Yuanización mundial gracias a la City de Londres», por Ariel Noyola Rodríguez, Russia Today (Rusia), Red Voltaire, 5 de noviembre de 2015.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Mísseis contra o gasoduto Turkish Stream

By Manlio Dinucci

Global Research, December 07, 2015

Os mísseis Aim-120 Amraam, lançados pelo F-16 turco (todos dois Made in USA) não foram dirigidos somente contra o caça-bombardeiro russo mobilizado na Síria contra o chamado Estado Islâmico, mas contra um objetivo mais importante: o Turkish Stream, o gasoduto projetado que levaria o gás russo à Turquia e de lá à Grécia e outros países da União Europeia

O Turkish Stream é a resposta de Moscou ao torpedeamento, por Washington, do South Stream, o gasoduto que, contornando a Ucrânia, levaria o gás russo até Tarvisio (na região italiana de Udine) e de lá à União Europeia, com grandes benefícios para a Itália, inclusive em termos de emprego. O projeto, lançado pela empresa russa Gasprom e a italiana ENI depois ampliado à alemã Wintershall e à francesa EDF, já estava em fase avançada de realização (a Saipem da ENI já tinha um contrato de dois bilhões de euros para a construção do gasoduto através do Mar Negro) quando, depois de ter provocado a crise ucraniana, Washington lançou aquilo que o New York Times definiu como “uma estratégia agressiva visando a reduzir fornecimentos russos de gás para a Europa”.
Sob pressão estadunidense, a Bulgária bloqueou em dezembro de 2014 os trabalhos do South Stream, enterrando o projeto. Mas ao mesmo tempo, embora Moscou e Ancara estivessem em campos opostos no que concerne à Síria e ao chamado Estado Islâmico, a Gasprom assinou um acordo preliminar com a companhia turca Botas para a realização de um duplo gasoduto Rússia-Turquia através do Mar Negro. Em 19 de junho Moscou e Atenas assinaram um acordo preliminar sobre a extensão do Turkish Stream (com uma despesa de dois bilhões de dólares a cargo da Rússia) até a Grécia, para torná-la a porta de entrada do novo gasoduto na União Europeia.
Em 22 de julho Obama telefonou a Erdogan, pedindo que a Turquia se retirasse do projeto. Em 16 de novembro, Moscou e Ancara anunciaram, ao contrário, próximos encontros governamentais para lançar o Turkish Stream, com uma envergadura superior à do maior gasoduto através da Ucrânia.
Oito dias mais tarde, a derrubada do caça russo provocou o bloqueio, senão a liquidação, do projeto. Seguramente, em Washington, festejaram o novo acontecimento. A Turquia, que importava da Rússia 55% de seu gás e 30% de seu petróleo, se encontra de fato prejudicada pelas sanções russas e corre o risco de perder o grande negócio do Turkish Stream.
Quem, então, na Turquia, tinha o interesse de abater voluntariamente o caça russo, sabendo quais seriam as consequências? A frase de Erdogan – “Nós não queríamos que isto acontecesse, mas aconteceu, espero que uma coisa desse tipo não acontecerá mais” -, implica um cenário mais complexo do que o oficial. Na Turquia há importantes comandos, bases e radares da Otan sob o comando estadunidense. A ordem de abater o caça russo foi dada dentro desse quadro.
Nesse ponto, qual é a situação na “guerra dos gasodutos”? Os Estados Unidos e a Otan controlam o território ucraniano por onde passam os gasodutos Rússia-União Europeia, mas a Rússia pode hoje contar menos com eles (a quantidade de gás que eles transportam caiu de 90% a 40% da exportação russa de gás para a Europa) graças a esses dois corredores alternativos. O Nord Stream que, no Norte da Ucrânia, leva o gás russo à Alemanha: a Gasprom quer agora duplicar, mas o projeto é contestado na União Europeia pela Polônia e por outros governos do Leste (principalmente os ligados tanto a Washington como a Bruxelas). O Blue Stream, administrado paritariamente pela Gasprom e a ENI, que no sul passa pela Turquia e por este fato não está isento de risco. A União Europeia poderia importar bastante gás a baixo preço do Irã, com um gasoduto já projetado através do Iraque e da Síria, mas o projeto está bloqueado (não por acaso) pela guerra desencadeada nesses países pela estratégia dos Estados Unidos e da Otan.
Manlio Dinucci
Manlio Dinucci : Jornalista, geógrafo e cientista político, colunista do jornal italiano Il Manifesto; tradução de José Reinaldo Carvalho para o Blog da Resistência

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

A LIBERAÇÃO DA MULHER


 Por Valdir Pereira
Hoje, sem muita inspiração, me ocorreu avaliar superficialmente o liberalismo moral que campeia a sociedade moderna.
Costumes rígidos que norteavam a minha geração, mais ou menos comportada, onde relações sexuais se consumavam geralmente nos casamentos, salvo algumas exceções. As molecadas jovens pouco namoravam ou aproveitavam a missa aos domingos para assédios fortuitos as meninas. Vez ou outra participavam de bailinhos, geralmente em casas de amigos, pois salões eram vistos como inadequados. As amizades com as meninas, praticamente não existiam. Nas escolas, nos colégios os gêneros estudavam separados, não se misturavam até nos recreios, não se falavam.
Dois clubes predominavam o clube do bolinha e o da luluzinha.  Homem com homem, mulher com mulher.
 Essa situação imposta pelos costumes, sofre radical mudança com o desenvolvimento social. O trabalho das mulheres nas fábricas. Depois em outras atividades econômicas aproximaram os gêneros e a liberação geral. Se antes nem votar podiam, os novos tempos possibilitaram a mulher ser votada.
A chamada liberação feminina  gerou novos costumes. As baladas servem para encontros fortuitos de sexo, sem qualquer compromisso. Sexo ao acaso, muitas vezes imprudentes, sem proteção. É a nova ordem que manda. É o liberou geral, chegando ao sexo em grupos.
Diante da atual situação me ocorreu citar pequenos trechos da ampla obra de Engels, baseada também nos estudos de Morgam que, pelos estudos que fez, muito contribuiu  na  confecção  do livro A origem da Família, da Propriedade e do Estado. Qualquer semelhança com a atualidade é mera coincidência.

A Família Sindiásmica

A família sindiásmica aparece no limite entre o estado selvagem e a barbárie, no mais das vezes
durante a fase superior do primeiro, apenas em certos lugares durante a fase inferior da segunda. É a forma de família característica da barbárie, como o matrimônio por grupos é a do estado selvagem e a monogamia é a da civilização. Para que a família sindiásmica evoluísse até chegar a uma monogamia estável, foram necessárias causas diversas daquelas cuja ação temos estudado até agora. Na família sindiásmica já o grupo havia ficado reduzido à sua última unidade, à sua molécula biotômica: um homem e uma mulher.
 Faltava apenas uma coisa: a instituição que não só assegurasse as novas riquezas individuais contra as tradições comunistas da constituição gentílica, que não só consagrasse a propriedade privada, antes tão pouco estimada, e fizesse dessa consagração santificadora o objetivo mais elevado da comunidade humana, mas também imprimisse o selo geral do reconhecimento da sociedade às novas formas de aquisição da propriedade, que se desenvolviam umas sobre as outras - a acumulação, portanto, cada vez mais acelerada, das riquezas -; uma instituição que, em uma palavra, não só perpetuasse a nascente divisão da sociedade em classes, mas também o direito de a classe possuidora explorar a não-possuidora e o domínio da primeira sobre a segunda.
             E essa instituição nasceu. Inventou-se o Estado

A GENS ENTRE OS CELTAS E ENTRE OS GERMANOS -
Aqui, vamos nos limitar a umas breves notas sobre a gens entre os celtas e os germanos.
As leis célticas mais antigas que chegaram até nossos dias mostra os a gens ainda em pleno vigor. Na Irlanda ainda sobrevive, na consciência popular, instintivamente, pois os ingleses a destruíram pela violência.
Na Escócia, em meados do século XVIII, estava em pleno florescimento; e só morreu por obra das leis, dos tribunais e das armas inglesas.

               A FORMAÇÃO DO ESTADO ENTRE OS GERMANOS- Se foram capazes de preservar - pelo menos nos três países mais importantes (na Alemanha, na Inglaterra e no norte da França) - uma parte do autêntico regime da gens, transplantando-o ao Estado feudal sob a forma de marcas, dando aos camponeses oprimidos, mesmo durante a mais cruel servidão medieval, uma coesão local e meios de resistência que não tiveram os escravos da antigüidade e não tem o proletariado moderno - a que se deve isso senão à sua barbárie, ao sistema exclusivamente bárbaro de colonização por gens ?
Tudo que era força e vitalidade, naquilo que os germanos infundiram no mundo romano, vinha da barbárie. De fato, só bárbaros poderiam rejuvenescer um mundo senil que padecia de uma civilização moribunda. E a fase superior da barbárie, à qual tinham chegado e na qual estavam vivendo os germanos, era precisamente a mais propícia à promoção deste processo. Isso explica tudo.
A FAMÍLIA MONOGÂMICA
 Nasce, conforme indicado acima, de forma sucinta, da família sindiásmica, no período de transição entre a fase média e a fase superior da barbárie. Seu triunfo definitivo é sintoma da civilização nascente. Baseia-se no predomínio do homem; sua finalidade expressa é a de procriar filhos cuja paternidade seja indiscutível; exigência para assegurar seus direitos de posse dos gens de seu pai.
Ao homem se concede o direito a infidelidade conjugal. Quanto a mulher, por acaso recorda os antigas práticas sexuais e intenta renová-las, é castigada mais rigorosamente do que em qualquer época anterior.
Entre os gregos, encontramos, com toda sua severidade, a nova forma de família. Enquanto a situação das deusas na mitologia, como assinala Marx, que nos fala de um período anterior em que as mulheres ocupavam uma posição mais livres e de maior consideração, nos tempos heróicos já vemos a mulher humilhada.
A existência da escravidão junto a monogamia, a presença de jovens e belas cativas que pertencem, de corpo e alma, ao homem, é o que imprime, desde a origem um caráter especifico á monogamia que é monogamia só para a mulher, e não para o homem. E na atualidade, conserva-se esse caráter.
Outra coisa mais diversa se passava entre os jônios, para os quais é característico o regime de Atenas.
As donzelas aprendiam apenas a fiar, tecer e coser, e quanto muito a ler e escrever. Eram praticamente cativas  e Sá lidavam com outras mulheres. Habitavam um aposento separado, situados no alto ou atrás da casa; os homens não entravam ali com facilidade. Aristófanes fala de cães molossos para espantar adúlteros e vigiar as mulheres, havia eunucos- os quais, desde os tempos de Heródoto, eram fabricados em Quios para serem comerciados e não serviam apenas aos bárbaros.
Apesar do rigor das regras, a infidelidade feminina acontecia virtualmente às escondidas do marido, como ocorre atualmente.
A alavanca que impulsionou o processo até os tempos contemporâneos, alem da divisão social do trabalho e criação do estado, deve-se a formatação do sistema monogâmico da aliança entre famílias, com o casamento, que assegura o direito a herança; a proteção da mulher e dos filhos.
Quanto à liberação do comportamento sexual da mulher, nos dias atuais, no meu entendimento, fatores diversos, entre os quais a poliandria, que vigeu no período de nossa história primitiva, parece ressurgir como um fenômeno contraditório que se aplicam as características do capitalismo, imoral e corrupto.
E, como sempre, o gênero masculino não encontra resistência aos seus apetites, motivados pelo alto grau de testosterona, encontra facilidades consentidas, em nome de uma pseudo- liberdade feminina.
O homem não fica grávido, engravida!


terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Editora Abril caminha para o fim


 A editora que cedeu lugar ao mais pernicioso jornalismo de esgoto da história da imprensa brasileira está agonizando.Luís Nassif - Jornal GGN (via Blog do Altamiro Borges)


Aumentam os rumores de que nos próximos dias a Editora Abril deverá entrar na Justiça com pedido de recuperação judicial.

Ingressa, assim, na penúltima fase da agonia um grupo que dominou o mercado editorial brasileiro nas últimas décadas.

Ao lado das Organizações Globo, a Abril foi o primeiro grupo editorial brasileiro a adotar o modelo dos grupos de mídia norte-americanos. Começou no país representando os quadrinhos da Disney e da Marvel. Depois, seguiu o modelo Time-Life, tendo como carros-chefes revistas que seguiam padrão similar: Veja, seguindo o estilo Time; Placar emulando o Sporteds Illustred, Exame copiando a Fortune e Quatro Rodas.

Defensora intransigente do modo de vida norte-americano, do primado da iniciativa privada, em várias fases de sua vida valeu-se da influência política para conquistar as benesses do poder.

Nos governos militares montou a Rede Quatro Rodas de Hotel contando com os benefícios fiscais criados por Delfim Netto. No governo Sarney, conseguiu concessões de TV a cabo. No governo Collor quase conseguiu o monopólio das Listas Telefônicas da Telerj, negociadas pelo então presidente Eduardo Cunha.

A Abril começou a se perder ainda nos anos 90, devido a sucessivos erros estratégicos. Liderada por Roberto Civita, montou um canal de TV, a MTV, entrou na TV a cabo, através da TV A, e saiu na frente com o segundo portal do país, o BOL.

O BOL acabou perdendo a iniciativa para a UOL devido a alguns erros estratégicos – a extrema lentidão em montar a rede de telefonia, na fase pré banda larga e em pretender ser a única provedora de conteúdo. Mas, principalmente, pelo boicote conduzido pelos executivos da área de impressos, preocupados em não perder posição no grupo.

A BOL acabou fundida com a UOL e Roberto Civita passado para trás por Luiz Frias, da UOL. Houve a fusão e a gestão da empresa ficou com o grupo Folha. Luiz acabou aliando-se aos portugueses da Portugal Telecom e montando um aumento de capital inesperado, avisando Civita só na véspera. Civita perdeu o controle compartilhado e, mais tarde, vendeu sua parte para a UOL, por uma fatia do valor que a empresa viria a ter no decorrer dos anos seguintes.

Junto com o velho Otávio Frias, ainda tentou juntar forças para adquirir metade da TV Bandeirantes. Acompanhei de perto essa história pois fui incumbido por Frias de fazer a ponte com João Saad, com quem tinha boas relações.

O caso Naspers

De tentativa em tentativa a Abril foi afundando. Ganhou algum fôlego quando aceitou a sociedade com o grupo sul-africano Naspers, em uma história mal contada. O grupo assumiu 30% do capital, máximo permitido pela legislação brasileira. Outros 20% foram adquiridos por duas holdings sediadas em Delaware, EUA, e representadas no Brasil pelo escritório Mattos-Filho. Mais tarde, quando a Abril vendeu a TV A para a Telefonica, as duas holdings desaparecem da sociedade.

Os anos 2.000 marcam o início da decadência final do grupo. Globalmente, a Internet vitimiza o segmento de revistas. Civita decide, então, importar o estilo Rupert Murdoch. Incorpora o linguajar agressivo da ultradireita, inaugurando o estilo com a campanha contra o desarmamento; passa a vender sua opinião de forma imprudente (como ocorreu com o banco Opportunity), alia-se à organização criminosa de Carlinhos Cachoeira, beneficiando-se da complacência do Ministério Público Federal, e tenta se valer do temor que infundia para se aventurar no mercado de livros didáticos e, mais à frente, de cursos didáticos.

A Abril da coleção Os Pensadores, da revista Realidade, da História da Música Popular e de outros feitos culturais, cede lugar ao mais pernicioso jornalismo de esgoto da história da imprensa brasileira.

Recorre ao discurso macarthista para tentar afastar concorrentes e impor suas publicações. Fecha contratos importantes tanto no MEC (Ministério da Educação) quanto com o governo de São Paulo.

Quando explode a bolha dos cursos universitários – no rastro do FIES (Fundo de Financiamento Estudantil) – sai imprudentemente à caça de cursos, com total falta de discernimento.

Liderado por um CEO megalomaníaco, a Abril se endivida, adquire cursos superavaliados que não lhe proporcionam retorno financeiro e acaba vendendo a Abril Educacional para um fundo de investimento. Não há indícios de que o dinheiro amealhado tenha sido utilizado para resgatar a Editora Abril do mar de dívidas em que se meteu.

Enquanto isto, o faturamento editorial despencava. Para preservar a publicidade de Veja, a editora recorre ao subterfúgio de turbinar a tiragem com promoções gratuitas, burlando as regras de auditoria do mercado publicitário.

Há quatro anos, o mercado trabalhava com uma hipótese de tiragem de 850 mil exemplares para a Veja, enquanto o IVC (Instituto Verificador de Circulação) apontava ainda mais inexistentes 1,2 milhão de exemplares. Esse fosso deve ter aumentado mais ainda, já que o IVC continua sustentando a tiragem de 1,2 milhão de exemplares.

De lá para cá possivelmente a tiragem caiu mais ainda, tornando mais custosa a operação de turbina-la com assinaturas gratuitas.

Gradativamente começa a se desfazer de seus principais títulos. A crise do mercado publicitário acelerou sua agonia.

Em 31 de dezembro de 2014, a Abril Comunicações apurou prejuízo de R$ 139 milhões no exercício. O patrimônio líquido negativo saltou de R$ 125 milhões em 2013 para R$ 265 milhões, mostrando o fracasso da estratégia implementada a partir de 2013 para salvar a empresa.

Toda a estratégia resumia-se ao enxugamento da empresa, com a venda de títulos, fechamento de revistas e dispensa de funcionários. Conseguiu reduzir um pouco o endividamento – de R$ 995 milhões para R$ 772 milhões com a venda da Abril Radiodifusão e da Elemidia. E renegociou prazos de debentures com bancos. Conseguiu dois anos de carência, mas pagando CDI mais 2,6% ao ano.

Dos quatro grandes grupos de mídia tem-se o seguinte quadro:

1. Editora Abril, com escassa possibilidade de sobrevivência.

2. Estadão, tendo como único produto viável a Agência Estado.

3. Folha, sendo absorvida pela UOL, que torna-se cada vez mais um grupo de datacenter, tendo de concorrer com os gigantes globais. E com o modelo de portal entrando em crise, com a audiência corroída pelas redes sociais, que tornaram-se a porta de entrada principal dos usuários.

4. Globo, que permanecerá com seu enorme poder.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

O impeachment e a divisão da oposição


14.12.2015 | Fonte de informações:

Pravda.ru

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Quando ainda se fazia política no país, antes do vale tudo em que se transformou a luta pelo poder nesta Nação, havia um velho homem público mineiro que, no rastro de  Salomão, gostava de dizer que a política é como as estações do ano.

 Mauro Santayana
Há o tempo de semear e o tempo de ceifar.
O tempo de colher e o tempo de moer.
O tempo de misturar e bater a massa.
E o de acender o forno para assar e comer o que se preparou.
O bom da Democracia, é que, a não ser que ocorram tragédias de grandes proporções, ela, como o clima, oferece um calendário próprio,   que pode servir de parâmetro, para os mais argutos e prudentes, no estabelecimento de um necessário e cada vez mais desprezado - como meio - plano de rota, que possa levar ao objetivo que se pretende alcançar.
O aumento da temperatura, ou efeito estufa, na cena política, que pode acabar prejudicando tanto a gregos como troianos, ocorre quando o papel dos partidos - espera-se que cada um tenha sua própria visão e seu próprio projeto para o país - é substituído por uma briga de foice em que um monte de cidadãos, individualmente, acredita que pode alcançar a Presidência da República, não interessando o momento ou o meio que vai utilizar para chegar lá.
Há impeachments e impeachments.
Na época do impedimento do Presidente Fernando Collor, havia um vice-presidente conciliador, em torno do qual se reuniu uma ampla aliança nacional, que era tão correto que se recusou a forjar uma alteração na constituição que lhe permitisse manter-se no poder por mais um mandato, e cujo maior erro - como depois admitiria mais tarde - foi escolher como sucessor um indivíduo que usurparia a maior conquista de seu governo, o Plano Real, e que, no lugar de cumprir o compromisso que tinha com ele de apoiá-lo para o pleito seguinte, tanto fez para não largar a rapadura que chegou até mesmo a ser acusado de comprar votos no Congresso para aprovar a lei que permitiu sua reeleição.
Hoje, em caso do impedimento da Presidente Dilma, não há, como havia à época de Itamar Franco, o mesmo consenso em torno da figura do Vice-Presidente Michel Temer.
O maior partido de oposição - teoricamente o mais interessado na saída de Dilma - apresentou, no TSE, pedido de cassação da chapa Dilma-Temer, vitoriosa nas eleições de um ano atrás, propondo a anulação do resultado e requerendo que se lhe entregue o poder, como coligação mais votada.
Os tucanos querem a saída de Dilma, mas cada um em seu tempo e a seu modo.
Se pudessem, prefeririam evitar a substituição da presidente por um vice que tem tudo para articular rapidamente a simpatia e as boas graças do "mercado".
Que depois poderia ser apresentado, contando com a estrutura de um dos maiores partidos do país, como um fortíssimo candidato nas eleições de 2018.
Para Alckmin, e para José Serra, que estão de olho no Planalto, isso não seria bom.
Alguns jornais informam que Serra pretende ser o Ministro da Fazenda de Temer, e seu candidato a Presidente, pelo PMDB.
Mas aquele que já foi por duas vezes candidato pelo PSDB, como diria Garrincha, ainda não "combinou com os russos", e muita água tende a rolar debaixo das pontes do Tietê antes que isso venha a ocorrer.
Serra teria que vencer a resistência da ala mais nacionalista do partido,  de construir algum tipo de liderança nele, sobrepondo-se a possíveis rivais, além de contar com a recusa de  Michel Temer de continuar ocupando um lugar no qual já estará há algum tempo, com todas as prerrogativas que lhe reserva o cargo mais importante da República.
Temer na Presidência, aliado a Serra, não seria desejável para Aécio Neves, que está na frente nas pesquisas de intenção de voto, entre os eventuais pré-candidatos.
E, muito menos, ainda, para eventuais concorrentes "independentes" que aparentemente correm "por fora", mas que têm um enorme apelo para o voto conservador e de extrema-direita nascido da campanha anti-petista dos últimos anos.
Entre eles, pode-se nomear - por enquanto - Jair Bolsonaro e o próprio Juiz Sérgio Moro, que dividem os apelos "Bolsomito 2018", e "Moro Presidente", no espaço de comentários dos grandes portais nacionais, de onde a militância do PT desapareceu.
Para muitas lideranças anti-petistas, ou com aspirações a sentar na principal cadeira do Palácio do Planalto, ideal seria que o governo Dilma "sangrasse", atacado pela mídia conservadora nacional e estrangeira, pelos internautas fascistas, pela sabotagem econômica e no contexto judicial, pelos entreguistas e privatistas, e pelos oportunistas de todo tipo, até o último dia de seu mandato.
Assim, eles teriam tempo para o fortalecimento de seus respectivos cacifes com vista a 2018, disputando entre si a preferência dos neoliberais, dos neo-anticomunistas, dos anti-petistas, dos anti-"bolivarianos", dos anti-estatistas, dos anti-desenvolvimentistas e dos anti-nacionalistas de plantão.
Um público cada vez mais radical, manipulado e desinformado que tem tudo para crescer como fungo, já que não existe nenhuma oposição ou reação estratégica, judicial, ou na área de comunicação minimamente detectáveis, por parte da esquerda - reunida quase que exclusivamente em seus próprios blogs, grupos e páginas de redes sociais - ou do Partido dos Trabalhadores em portais de maior audiência, como o UOL, o IG, o Terra, o MSN e o G1.
O grande problema do PT no Brasil é a internet, onde perdeu, sem esboçar qualquer reação coordenada - a batalha da comunicação.
De nada adianta o ex-presidente Lula processar na justiça certo "historiador" de oposição por calúnias proferidas em uma entrevista, se dezenas, centenas, de internautas continuam a atirar contra ele os mesmos insultos e as mesmas mentiras, impunemente, todos os dias, sem serem interpelados judicialmente da mesma maneira. Se o primeiro deles tivesse sido impedido, na forma da lei, desde o início, o PT - e a própria Democracia, vilipendiada com pedidos de "intervenção militar" e a defesa pública da volta da ditadura e da tortura - não estariam na situação institucional em que se encontram.+
O grande drama da oposição no Brasil é o que fazer com o impeachment.
Se Dilma sair do Palácio do Planalto agora, ficará difícil manter, contra Temer, a mesma campanha uníssona que existe, hoje, na imprensa e nos maiores portais da internet - por parte dos internautas de direita - contra o PT.
Os ataques sofridos pela Presidência da República tenderiam a diminuir, e a enfraquecer em seu ódio e veneno, já que não daria, simplesmente, para transferir para esse novo Presidente da República, o papel de Geni encarnado pelo PT até agora.
Finalmente, com Dilma fora do Planalto, será praticamente impossível manter a unidade das forças anti-petistas, que tendem a se lançar em uma guerra fratricida pelo Palácio do Planalto, que Michel Temer, do alto da cadeira presidencial, em caso do enfraquecimento de Lula, e de fragmentação da oposição, teria grande chance de vencer em 2018.

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domingo, 29 de novembro de 2015

Atentado de Paris: 13 perguntas e 24 reflexões


30.11.2015


Nenhum dos 13 objetivos da guerra contra a Síria tem a ver com eliminar o terrorismo: o jihadismo e o imperialismo se alimentam mutuamente.

Nazanín Armanian*/Carta Maior

"A verdade é a primeira vítima de toda guerra"
1. Quais são as mentiras dos atentados do dia 13 de novembro, em Paris para que o presidente Hollande utilize a palavra "guerra" no combate contra o terrorismo? Pois uma "guerra" - investida militar - se declara entre Estados, e não de um país contra um grupo terrorista com sede e presença em mais de vinte países, inclusive na França.
2. Que garantia há de que as notícias que nos transmitem reflitam a verdade? Robert Menard, fundador da organização Repórteres Sem Fronteiras e prefeito de Bèziers, por exemplo, é um ultradireitista que encabeça a campanha de expulsão dos refugiados sírios.
3. Por que as imagens (falsas ou verdadeiras) dos bombardeios russos na Síria mostram vítimas civis, enquanto nas correspondentes aos ataques da coalizão ocidental só se possam ver pontinhos negros no deserto, quando a cidade de Al Raqa, agredida e cercada militarmente, milhares de pessoas que não puderam fugir da guerra vivem sem eletricidade? Estão aplicando o ilegal castigo colectivo?
4. Bashar al-Assad teria direito de bombardear França, Arábia Saudita, Qatar, Turquia, entre outros, caso dissesse que há células terroristas que viajam ao seu país para criar distúrbios?
5. Não foi o próprio Estado Islâmico (EI) o alvo de cerca de 200 bombardeios franceses, entre setembro e novembro de 2014? O que mais pretendem fazer?
6. Como é possível que os Estados Unidos e seus sócios, em poucos dias, destruissem o exército líbio, mas não puderam com alguns poucos terroristas carentes de armamento pesado?
7. A Turquia tem o direito de organizar milhares de homens armados para desmontar outro Estado-membro da ONU, sem a autorização da OTAN (Pentágono)? Arábia Saudita, Qatar e Emirados Árabes, que abrigassem bases militares estadunidenses, podem fazer o mesmo? É como se a Espanha treinasse 30 mil terroristas nas fronteiras com o Marrocos ou a França para derrubar o seu governo, fornecendo bombas, mísseis e apoio logístico, sem prévia permissão de Bruxelas e Washington?
8. Segundo alguns analistas ocidentais, a expansão do jihadismo é uma das consequências das guerras contra o Iraque e o Afeganistão. Acaso pretenderão alimentar uma maior expansão deste fenômeno, que tem sido um ninho para os militaristas do Ocidente e do Oriente?
9. O que querem nos dizer é que a "inteligência" ocidental, com tantos artefatos ultrassofisticados, é menos inteligente que um grupo de garotos aventureiros?
10. Sobre a piada dos "documentos de identidade" que não se queimam e que teriam sido deixados pelos terroristas antes de explodirem seus próprios corpos, cabe a pergunta: como dois dos suicidas se mataram nas ruas vazias do lado de fora do Estádio de Saint-Denis e não no meio da aglomeração dos torcedores que saiam do campo?
11. Como é possível que as grandes potências tenham alcançado cessar fogo na Síria com os terroristas do Estado Islâmico? Alguém tem contato direto com eles? Por que não o fizeram durante os quatro anos anteriores? Utilizar esse argumento justifica a ação de desmantelar o Estado sírio?
12. Que grupo assassino é considerado "terrorista" para o Ocidente? Os Talibãs, coautores dos atentados do dia 11 de setembro de 2001, o são?
13. Qual o interesse da OTAN ao destruir os Estados não religiosos como Afeganistão, Iraque, Líbia e Síria, respaldando os islamistas, para logo viver com eles numa espécie de "coexistência pacífica"? O terrorismo islâmico é uma cortina de fumaça?
Objetivos e consequências do atentado
1. Empurrar a Europa a uma mega intervenção na Síria, capaz de derrubar Assad, e desatar a "crise de refugiados" na Europa.
2. Desmontar o "Plano Putin-Obama" de manter Assad no poder durante a transição política, ao qual Arábia Saudita, Qatar e Turquia se opõem. O diário republicano New York Post chegou a pedir que Obama renunciasse ou atuasse contra Assad. Mais atentados no Ocidente abrirão o caminho para os novos "Bushs" na Casa Branca.
3. Mudar o balanço militar nesta fase quase final do conflito a benefício da OTAN, justamente quando Rússia e Irã foram transformados em protagonistas absolutos do cenário. O atentado contra o avião russo também se encaixaria nesse contexto. Se trata nada menos que da conquista da Eurásia por parte das potências mundiais.
4. Tomar uma região desocupada pelos Estados Unidos, agora que Obama leva as suas tropas a cercar a China. Um traje grande demais para a França, que carece de recursos para fazer esse papel.
5. Segundo o "Instituto para a Paz e a Prosperidade" e a Agência de Inteligência de Defesa dos Estados Unidos, a aviação da coalizão Anti-EI, liderada pelo Pentágono, bombardeia as posições dos curdos da Síria, e não as dos jihadistas, e afirma que  "o apoio aos rebeldes sírios significa financiar grupos terroristas com o dinheiro dos contribuintes". Esta é uma das 23 verdades incômodas sobre o Estado Islâmico.
6. Abrir caminho para a conquista militar da Síria, que de outra forma seria impossível. Hillary Clinton confessou ao diário The Atlantic, no dia 1 de agosto de 2014, que a intervenção dos Estados Unidos na Síria foi desenhada para "mudar a equação" em favor dos rebeldes: de alguma forma, os jihadistas vem atuando como tropas terrestres da Coalizão para fazer da Síria um Estado falido.
7. Justificar os bombardeios ilegais do Ocidente contra a Síria, já aprovados pelo próprio Conselho de Segurança, o mesmo que rejeitou a petição de atacar o país em julho de 2012.
8. Reconstruir a coesão político-militar da OTAN no Pentágono, impedindo que os europeus pragmáticos retomassem suas relações de cooperação com a Rússia.
9. Reforçar as bases militares da OTAN na Turquia (e na Espanha). Nas últimas eleições, os atentados atribuídos aos jihadistas deram a maioria absoluta aos islamistas de Tayyab Erdogan - outro dos patrocinadores do terrorismo religioso: a OTAN para atuar na Síria, necessita uma Turquia estável, onde pode dirigir as operações de conquista de Damasco.
10. Mostrar a eficacia da tática de Obama, de transformar a Síria num pântano onde pode desgastar os inimigos e rivais dos Estados Unidos e de Israel.
11. A ameaça terrorista contribuirá para que mais cortes sociais e mais pobreza não sejam contestados: as novas leis "Patriot" e o aumento das mordaças aos críticos se propagarão: todos os cidadãos, exceto os governantes, serão suspeitos de terrorismo.
12. Multiplicar os lucros das empresas armamentistas: as estadunidenses Honeywell e General Dynamics, a francesa Thales e as britânicas Bae Systems e Rolls Royce estão faturando alto.
13. A França deixa de ser uma bárbara potência colonial, e passa a ser uma vítima de bárbaros procedentes da região que um dia ela avassalou. Agora, além disso, pode pedir sua parte da Síria como prêmio, o que está sendo dividido entre os sócios do G20.
14. Atacar a solidariedade dos europeus com os refugiados e vinculá-los com o terrorismo, dentro da miserável tática do "dividir para vencer". Para a maioria dos muçulmanos do mundo -principais vítimas do jihadismo -, o Islã é uma espiritualidade privada e não uma doutrina política.
15. Legitimar as boas relações das potências mundiais com os regimes autoritários e obscurantistas de Oriente Próximo e Norte de África (OPNA), apresentando a eles como "moderados" em comparação com os impiedosos jihadistas. A notícia é que Ali al Nimr, cidadão da monarquia "moderada" da Arábia Saudita e ativista de 21 anos, depois de três anos vivendo sob torturas, foi condenado à morte por decapitação e crucificação em público. Logo depois, a ONU apontou Riad como referência mundial da defesa dos direitos humanos.
16. Presentar a Coalizão Árabe da Síria - a nova cria da OTAN - como alternativa ao governo de Assad.
17. Impedir novas marchas contra os cortes de gastos sociais e contra o TTIP (sigla em inglês do Tratado Transatlântico de Investimentos), que partiram de várias cidades (Berlim, Madri, Londres, entre outras) rumo a Bruxelas. Conectar os atentados de Paris com a Bélgica e declarar Estado de emergência na sede da Comissão Europeia, o que motivará a suspensão de novas marchas contra a hegemonia das multinacionais e atentando contra os direitos dos trabalhadores.
18. Enviar mais efetivos militares ao Mali, aproveitando o atentado num hotel naquele estratégico país. França já conta com 3 mil soldados no Sahel, disputando suas grandes reservas de urânio (que abastecem meia centena das suas centrais nucleares), ouro e outros minerais com a China.
E a nível interno:
19. Resgatar François Hollande, que chegou a ser considerado "o pior presidente da história da França". Agora, pode sonhar com uma possível reeleição em 2017.
20. Forçar o crescimento das forças fascistas. Assim, a esquerda poderia até mesmo votar em Nicolas Sarkozy, o NeoCon europeu, nas próximas eleições  presidenciais. É a mesma jogada desenhada em maio de 2002.
21. Fazer com que os cidadãos franceses renunciem voluntariamente aos seus direitos políticos. Já foram tirados os direitos econômicos e sociais, e agora vão fazer o mesmo com os direitos políticos. Mas que diferença real existe entre o ataque de um estrangeiro (ou o cometido por um compatriota) e as conquistas de um povo?
22. Impulsionar a "unidade nacional" burguesa, baseada no medo, contra os mais pobres, representados pelos refugiados da guerra na Síria, os imigrantes e a classe trabalhadora própria. É como a estranha relação entre um preso e seu carcereiro. Na verdade, se trata de ódio aos pobres, disfarçado de ódio ao islã. Basta ver a magnífica relação entre os líderes do imperialismo com os sheiks do Golfo Pérsico.
23. A França é um dos países que há 30 anos vem enviando homens e mulheres de religião "cristã", sem visto e armados até os dentes, aos países do OPNA. Soldados "civilizados", que mataram cerca de um milhão e meio de pessoas, ferindo umas 20 milhões, obrigando a fugir dos seus lares a outras 30 milhões, ocupando suas terras e levando suas fortunas pessoais e nacionais. E ainda assim, eles não são "cristianófobos".
24. Fechar as fronteiras da Europa. Imaginem a felicidade sentida agora pelo presidente búlgaro Boyko Borisov! Afinal, seu colega Hollande, defensor da "fraternité", apoiado pelos cidadãos do seu país, respalda as políticas anti imigratórias da ultradireita.
Nenhum dos 13 objetivos da guerra contra a Síria tem a ver com eliminar o terrorismo. Ainda que o Estado Islâmico despareça (o que não acontecerá), a guerra na Síria continuará: o jihadismo e o imperialismo se alimentam mutuamente, e têm catastróficos planos para esta região.+

* Nazanín Armanian é iraniana, residente em Barcelona desde 1983, quando se exilou no país. Licenciada em Ciências Políticas, dá aulas em cursos online da Universidade de Barcelona. Também é colunista de Público.es.
Tradução: Victor Farinelli

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quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Putin derrota Tio Sam no próprio jogo dos EUA

19.11.2015 | Fonte de informações: 

Pravda.ru

 
Grande-mestre Putin derrota Tio Sam no próprio jogo dos EUA. 23275.jpeg

"NO QUE TUDO SUGERE QUE SEJA mais um crime do estado profundo que governa Washington, uma série de ataques sob falsa bandeira - que a mídia-empresa já declarou 'ataques terroristas' - foram executados hoje numa de suas capitais , Paris, com o objetivo de justificar o envolvimento da OTAN na Síria. Está aberta a via de 'coturnos em solo' que o Pentágono e os sionistas-neoconservadores estão 'exigindo' há muito tempo 

[13/11/2015, Greanville Post].
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Suponha que você despreze seu cunhado e queira assassiná-lo. Mas você não tem colhões para matar o homem, e contrata um matador de aluguel para fazer o serviço. Você mesmo assim é culpado de assassinato? Não há dúvidas de que sim, é. 
Apliquemos então a mesma regra à política externa dos EUA: é igualmente errado invadir um país, matar as pessoas que lá vivem, derrubar o governo que lá existe, com milícias que você paga, arma e treina como se fossem soldados dos EUA? Ah, sim, com certeza é.
Portanto, embora alguns ainda talvez pensem que Obama estaria sendo 'muito esperto', ao servir-se de exército 'por procuração' na Síria, em vez de mandar para lá o exército dos EUA, não há absolutamente diferença alguma, em termos morais ou legais entre o que Obama fez na Síria e o que Bush fez no Iraque: invasão norte-americana é invasão norte-americana. Ponto. Parágrafo. Nada muda se você se serve de assassinos de aluguel, ou se usa seu próprio pessoal. Dá na mesma. Obama é tão culpado quanto Bush.
Importa, porque a política de Obama para a Síria já resultou em 250 mil mortos e gerou 11 milhões de refugiados. Mais refugiados que o Iraque. Engraçado, só, que a mídia-empresa sequer comente o assunto. De fato, não há um único veículo da mídia-grande-empresa, em todo o país, que algum dia tenha publicado o que todos sabem que é a verdade mais óbvia: que os EUA são 100% culpados pela crise dos refugiados. 100%! Assad nada tem a ver com ela.
A política dos EUA e nosso presidente Barack ("Mamãe! A culpa é deles!") Obama são, integralmente, culpados de tudo isso.
As ruas das cidades norte-americanas estão desertas, a mídia-empresa convenceu muita gente de que a Síria estaria naufragada numa guerra civil - que nunca houve! - E nada de esquifes cobertos com a bandeira dos EUA ou de sacos de plástico preto para transporte de cadáveres chegando à base aérea de Andover, porque não há coturnos norte-americanos em solo em lugar algum da incontáveis guerras que os EUA semearam pelo planeta.
Parte da onda de refugiados sírios foi criada por Washington. Essas pessoas perderam casa, bens, o próprio país, muitos perderam a vida. Os crimes da plutocracia norte-americana e de seus matadores de aluguel e ideólogos prostitutos já são inquantificáveis.
A notícia entusiasmante é que, depois de quatro anos de guerra, o 'plano' de Obama para derrubar o presidente Bashar al Assad fracassou. Sim, Obama destruiu a mais antiga civilização do mundo e condenou aquele povo honrado a existência miserável por no mínimo 20 anos até que os sírios consigam reconstruir o próprio país. Mas nem assim Obama alcançou seu principal objetivo: remover Assad da presidência, dividir o país e assegurar para as majors norte-americanas do petróleo a via livre que tanto querem para seus oleodutos.
Assim se vê que todos os métodos sórdidos, sujos, vergonhosos, corrompidos, sem honra, que os Democratas usaram para prosseguir em segredo a própria guerra deles contra o Estado e o povo sírios fracassaram. Os EUA perderão mais essa guerra, façam o que fizerem.
E por que os EUA perderão mais essa guerra?
Porque a coalizão organizada e liderada pela Rússia conseguiu paralisar Washington na trilha de morte que escolheu para si, e pôs em fuga os terroristas, que agora só pensam em salvar o próprio pescoço. Aí está.
Na 3ª-feira, o Exército Árabe Sírio, o Corpo dos Guardas Revolucionários do Irã e combatentes do Hezbollah, a temida milícia nacional libanesa, recapturaram a estratégica base militar de Kuweires no Norte da Síria, matando centenas de terroristas e libertando 250 soldados sírios mantidos como reféns naquela base por mais de dois anos e meio.
A batalha não chegou às manchetes da grande mídia-empresa ocidental porque é um marco decisivo e ponto de virada crítico naquele conflito. Agora, são os russos que comandam a avançada da luta do ocidente contra o terror. Os terroristas "moderados" apoiados pelos EUA estão em fuga. O momentum da guerra mudou completamente a favor de Putin - o que significa que Putin vencerá e Obama será derrotado.
Quem saiu derrotado da batalha de Kuweires foi a política exterior dos EUA, 'política' que converteu em montes de ruínas fumegantes parte enorme do planeta, que vai do Norte da África, passa pelo Oriente Médio e chega à Ásia Central. Kuweires era nodo central no plano de Washington para derrubar Assad e jogar a Síria em estado de anarquia de estado falhado (mais um!).
Essa é a estratégia dos Democratas de Obama, que agora foi derrotada e obrigada a retroceder, não por cidadãos nas ruas erguendo bandeiras, ou políticos a clamar por paz e sanidade, nem por diplomatas no "balcão de conversa" que é a ONU, já reduzida à vergonhosa única missão de 'validar' os crimes de Washington. Nada disso.
Por no mínimo 15 anos, os EUA governaram o mundo pela força das armas. Ora, mas (quem diria?!) outros países também têm armas e estão decididos a usá-las.
Esse, em resumo, é o significado de Kuweires.
Muitos países no mundo recusam-se a aceitar um modelo de desordem global, no qual só um país arma, treina e espalha psicopatas terroristas homicidas pelo mundo, para promover exclusivamente os próprios estreitos, miseráveis interesses geopolíticos. Esse modelo está seriamente fraturado e tem de ser imediatamente substituído.
Semana passada, a coalizão liderada pelos russos fez grandes avanços na direção de pôr fim a essa loucura e a fazer reverter a maré do projeto imperialista. Resultado disso, Washington foi obrigada a repensar sua abordagem e a tentar adaptar-se às condições muito mutáveis em campo. Há sinais disso por todos os lados, como, por exemplo, nesse artigo imbecil que Huffington Post publicou na 5ª-feira. Vejam aí:
"Apoiados por aviões liderados pelos EUA, tropas curdas iraquianas tomaram, na 5ª-feira, parte de uma rodovia que é usada como linha vital de suprimento pelo Grupo do Estado Islâmico, passo inicial vital numa grande ofensiva para retomar dos militantes a estratégica cidade de Sinjar (...).
Horas depois, ainda na 5ª-feira, o Conselho Curdo de Segurança Regional disse que sua forças já controlavam o trecho da rodovia 47 que passa por Sinjar e conecta indiretamente as duas grandes fortalezas dos militantes -Raqqa na Síria e Mosul no norte do Iraque - como via de trânsito de bens, armas e combatentes (...). 'Ao controlar a Rodovia 47, usada pelo Daesh para transportar armas, combatentes, petróleo contrabandeado e outros itens que financiam suas operações, a coalizão visa a aumentar a pressão (...) e isolar seus componentes, uns dos outros' - disse a coalizão, em declaração." ["U.S.-Backed Kurds Launch Offensive To Retake ISIS-Held Iraqi Town Sinjar", Huffington Post]
Ah! Quer dizer que lançaram grande ofensiva por solo, e cortaram vias vitais de suprimento do ISIS? Que grande ideia! Pena, só, que ninguém em Washington tenha pensado nisso antes de perder os últimos 18 meses por lá, fazendo mira em camelos no deserto, ou sabe-se lá o quê, diabos, estavam fazendo.
E por que o Pentágono ficou por ali rodando feito barata tonta durante um ano e meio, enquanto aqueles alucinados violentavam mulheres, degolavam pessoas e faziam o inferno por todo o país, se já poderia, há tanto tempo, ter posto fim à matança, se quisesse?
"Por quê"? Já lhes explico por quê.
Porque o ISIS/ISIL/Daesh/Estado Islâmico é o fantoche preferido de Washington. Os doidos podem fazer lá "o negócio deles", desde que continuem a fazer avançar os objetivos geopolíticos dos EUA. Quando tiverem deixado de servir aos interesses de Washington... então poderão ser esmagados sem dó. O programa básico era esse. A coisa deveria ter funcionado assim.
Problema é que, quando Putin passou a moer os bandidos takfiris como colheitadeira em milharal, a turma de Obama teve de passar logo para o Plano B: ISIS/ISIL/Daesh/Estado Islâmico e implantar-se nas áreas que estavam sob controle deles. Assim Tio Sam ficaria com todo o território de que precisava para implantar suas "zonas seguras", a serem protegidas pela aviação dos EUA e servirão como santuário para formar mais levas e levas de terroristas sociopatas a serem reintroduzidos na Síria, para assim perpetuar a guerra. Resumida num parágrafo, essa é a estratégia dos EUA.
Washington já sabe agora que aquela guerra está perdida, e procura meios para manter um pé na Síria, para dar continuidade aos seus malfeitos por ali. O mesmo vale para a fronteira turco-síria, onde o sultão Recep Tayyip Erdogan conspira com Obama para criar uma zona-tampão em território sírio. Vejam o que diz Today's Zaman:
"Na campanha para as eleições de 1º de novembro, houve sinais de que, se o Partido Justiça e Desenvolvimento (tur.AKP) vencesse, a Turquia poderia iniciar operação militar na Síria (...).
Considerando as declarações de autoridades de Ancara, nos dias que antecedem a reunião de cúpula do G-20 em Antalya, tudo sugere que muito em breve haverá ação na Síria. Não importa o quanto Ancara diga que deseja cooperar na ação aérea sobre a Síria, o único fato objetivo é que Ankara deseja ver tropas turcas a invadir a Síria também por terra (...)
Surgem já sinais rápidos e furiosos de que a Turquia entrará nessa guerra. Ainda mais, os sinais já não são só declarações partidárias do AKP: já há sinais em todo o ocidente de que esse será o rumo que Ancara escolherá." ("Is war on the horizon?", Today's Zaman)
Erdogan é megalomaníaco, uma ameaça que Putin bem fará se mantiver sob cerrada vigilância. O mesmo vale para Obama. Obama está por baixo, mas ainda não foi expulso da guerra. Obama ainda tem alguns truques na manga, que com certeza usará antes de essa tragédia chegar ao fim. Seja como for, a vantagem está agora, sem dúvida, do lado dos russos. Putin deu uma surra em Washington, pelas regras do jogo que Washington escolheu.
Goste-se ou não dele, é preciso tirar o chapéu para um sujeito desses. *****
Mike Whitney, Greanvillepost, vol. IX, 2015+

E que importância tem isso?

De fato, os Democratas tem políticas idênticas às dos Republicanos [orig. Great Old Party, GOP], com mínimas alterações de rodapé. Assim, se os alucinados, mas estúpidos Republicanos decidem afundar os EUA na guerra, servindo-se de um pacote de mentiras, os Democratas espertalhões se dedicarão a superá-los, mas pela via 'espertíssima': tentarão fazer a microgestão das Relações Públicas, marketarão todos os discursos, porão de joelhos qualquer jornalismo decente que ainda haja no país; impedirão movimentos pacifistas, proibirão marchas antiguerra e negarão sempre qualquer baixa nas forças norte-americana, custe o que custar. Obama é sucesso total em todas essas manobras sujas. 
Para todos os efeitos, os Democratas criaram a primeira guerra norte-americana completamente invisível. Aí está uma grande realização do governo Obama, né-não?! 
Kuweires é a Stalingrado da Síria - a cidade russa que, na 2ª Guerra Mundial sobreviveu sitiada de agosto de 1942 a fevereiro de 1943, quando a Wehrmacht alemã foi repelida pelo feroz Exército Vermelho soviético, na mais longa e sangrenta batalha de toda a história de todas as guerras. Em Kuweires a escala é menor, de outra ordem de magnitude, mas a importância desse combate não poderia ser maior. 
Quem saiu derrotado na batalha por Kuweires não foi algum "ISIS/ISIL/Daesh/Estado Islâmico" - o único grande estado/exército combatente em toda a história do mundo que não tem território, recebe armamento de presente, que cai dos céus, entregue de helicópteros sem identificação, e que não tem nem nome definido.
Dessa vez, a política dos Democratas de Obama (e também dos Republicanos de Bush) foi derrotada pelos jatos russos, pela artilharia pesada dos russos, pelos veículos blindados russos e pela competência, coragem e dedicação de soldados e políticos que, esses sim, põem o próprio país e o próprio povo à frente de interesses grupelhistas e à frente, até, da própria segurança pessoal. Estão começando a entender o quadro geral?
Essa é a tarefa à qual se aplicaram Putin e seus parceiros liquidadores - não promotores e armadores e apoiadores - de terroristas. Impossível não ver que estão fazendo belo serviço também aí.




 
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