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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Um terceiro trimestre preocupante para a economia americana

Escrito por Camila Carduz



Havana (Prensa Latina) O predomínio de dados menos favoráveis no comportamento da economia estadunidense durante o terceiro trimestre do ano reaviva o temor dos consumidores, segundo especialistas.
O período julho-setembro começou com cifras pouco confortantes, ainda que com relativa mudança.

No entanto, os analistas chamaram a atenção sobre os dados mais recentes do fechamento do trimestre.

Os setores de serviço, manufatura e moradia, este último um dos mais golpeados desde o início da crise em 2008, estiveram entre os em maior medida danificados.

Novamente o tema trabalhista, considerado a principal preocupação para os estadunidenses, mediou cada um desses separados.

MERCADO IMOBILIÁRIO, PASSOS ATRÁS

A diminuição em agosto dos contratos para comprar casas usadas nos Estados Unidos evidenciou retrocesso do mercado imobiliário.

A Associação Nacional de Agentes Imobiliários detalhou que o indicador perdeu 1,6 por cento, com o que acumulou a terceira baixa mensal consecutiva.

O retrocesso indica que o incremento das taxas hipotecárias reduziu o impulso à recuperação desse setor no país, sublinhou.

As taxas oscilam perto dos níveis máximos em dois anos e uma redução da demanda por moradias usadas saca do mercado a potenciais compradores.

Ao mesmo tempo, os investidores seguem atentos às decisões da Reserva Federal dos Estados Unidos (FED) em torno do futuro da política monetária.

Especialistas opinam que o respaldo da dita instituição tem resultado um fator importante no sentido de fortalecer os preços das moradias depois de uma queda de seus valores durante a recessão.

Por isso, muitos especialistas estão preocupados de que uma retirada do programa de compra de bônus nestes momentos possa obstaculizar a incipiente recuperação da área referida. A explosão da chamada bolha imobiliária nos Estados Unidos provocou em 2008 uma das crises econômicas mais fortes das últimas décadas.

SERVI�OS E MANUFATURAS, SOB TUTELA DA DEMANDA

O retrocesso da demanda fez das suas nos serviços e nas manufaturas, ambos componentes essenciais por sua contribuição ao Produto Interno Bruto (PIB) da nação setentrional.

A queda dos novos pedidos e das contratações prejudicou em setembro o setor de serviços, mostrou um relatório do Instituto de Gerência e Abastecimento.

O indicador desceu para 54,4 pontos dos 58,6 de agosto, com o que descumpriu os prognósticos dos analistas.

Este relatório detalhou que os novos pedidos diminuíram a 59,6 pontos, ao mesmo tempo em que a atividade empresarial e o emprego também se comportaram à baixa.

E ainda, a atividade manufatureira desacelerou-se no nono mês do ano, o que evidenciou um retrocesso na demanda e na criação de empregos.

Conforme uma pesquisa da firma de serviços de informação financeira Markit, o indicador caiu a 52,8 pontos dos 53,1 precedentes, ao registrar seu menor ritmo em três meses.

O estudo arrojou que a taxa de crescimento da produção foi a mais veloz desde março, mas a diminuição da demanda do exterior desacelerou a taxa geral de novos pedidos.

A medida de emprego dentro do setor também registrou retrocessos e mostrou a redução de praças possíveis para impulsionar a produtividade.

Segundo Markit, a criação de empregos bem poderia estancar, a não ser que a demanda seja acelerada novamente.

MERCADO TRABALHISTA, ESPECIALMENTE PREOCUPANTE

Nos últimos três meses, até setembro, o mercado trabalhista seguiu centrando a atenção dos estadunidenses por resultar determinante para seus bolsos.

O setor privado criou menos postos do que o esperado no nono mês do ano, pois os empregadores geraram 166 mil lugares, ao mesmo tempo em que a quantidade de praças de agosto foi revisada à baixa, segundo um relatório da firma ADP.

Estrategistas de mercado avaliaram que a paralisação parcial do governo terá um impacto negativo sobre a economia, ao estender a necessidade de estímulo adicional e poderá limitar a emissão de outros dados trabalhistas.

O governo da nação do norte fechou parcialmente o 1 de outubro depois que as duas câmaras do Congresso não conseguiram acordar um novo orçamento.

Uma sondagem governamental mostrou que a taxa de rescisão baixou em agosto a um nível mínimo em quatro anos e meio, pois as pessoas deixaram de procurar trabalho.

O indicador diminuiu a 7,3 por cento, a menor leitura desde dezembro de 2008.

Alguns analistas opinaram que o problema básico quanto a essas cifras está na desconfiança das pessoas já que muitas abandonaram a busca por empregos.

A verdade é que os dados divulgados podem provocar preocupação sobre o comportamento da economia dos Estados Unidos durante o resto do ano e alimentar especulações de que o FED não começará a reduzir seu programa de estímulos antes do fim de 2013.

De acordo com os especialistas, as medidas de austeridade de Washington e uma demanda global mais débil pesaram nos números na primeira metade do ano e os maiores impostos aplicados, com o fim de reduzir o déficit orçamental, restringiram as compras das pessoas.

A referida situação resulta preocupante em um país onde a despesa dos consumidores representa 70 por cento do PIB.

*Jornalista da redação Econômica da Prensa Latina.

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