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quarta-feira, 8 de maio de 2013

Dissidente despejado na Espanha: "me mandem de volta a Cuba"


Via Opera Mundi

Gilberto Martínez foi obrigado na terça-feira, dia 7, a deixar sua casa, ao lado da esposa e de três filhos.

 

 
Um dia depois de ser despejado com a família de sua casa na Espanha, o dissidente cubano Gilberto Martínez, de 50 anos, afirmou na quarta-feira, dia 8, que deseja voltar à Ilha.
 
“Só peço agora que me mandem de volta a Cuba”, disse o dissidente chorando, de acordo com o jornal El País.
 
Martínez viajou para a Espanha em 2011, ao lado da mulher e de três filhos, com a promessa de receber €995,00 por mês (€400,00 da Cruz Vermelha e €595,00 do governo espanhol). “Nós fomos enganados. Estamos na rua. Fomos de um lugar a outro, mas a única coisa que está clara é que os políticos usam o mesmo cobertor para não olhar e não arrumar nada.”
 
O programa que levou a família de cubanos a se mudar para a Espanha foi firmado entre o governo de José Luís Zapatero, antecessor de Mariano Rajoy, e a Igreja Católica, segundo Martínez.
 

Eles participaram de programa que acolhe estrangeiros por razões políticas, criado pelo governo de Zapatero. 


 
Uma família de origem cubana, com três filhos, dois deles menores de idade, foi despejada na terça-feira, dia 7, da casa onde viviam em Alicante, Espanha. Eles viviam exilados no país europeu desde 2011. Centenas de membros da organização Stop Desahucios se concentraram na frente do local para evitar o despejo e houve tensão com as forças de segurança locais, que prenderam dois membros da família cubana.
 
Mais tarde, eles foram soltos após serem levados à delegacia. Os cubanos participaram de um programa que acolhe estrangeiros por motivos políticos e que foi criado pelo governo de José Luís Zapatero. Uma das cubanas, Ismora Sanchez, disse que ela e os familiares chegaram “pelas mãos da Cáritas e da Cruz vermelha”, que durante meses prestou ajuda para o pagamento do aluguel. No entanto, o valor de €400,00 mensais deixou de ser pago desde julho do ano passado. As contas de água e luz estão atrasadas desde setembro.
 
“Nos enganaram. Não pensaram em minhas filhas pequenas”, afirmou Sanchez, citada pelo jornal espanholEl País. De acordo com a publicação, um amplo dispositivo da Polícia Nacional da Espanha chegou pela manhã à casa para garantir o acesso dos oficiais de justiça. Manifestantes se posicionaram no acesso ao local para impedir a entrada da polícia, sentados no chão. Muitos foram retirados pelos oficiais um por um, à força.
 
José Manuel Copette, porta-voz da Stop Desahucios, lamentou o desenlace final da ação. “Tentamos pará-los pacificamente, mas não foi possível”, disse. Ele assegurou que o caso “poderia ter sido facilmente solucionado”, pois na cidade de Alicante há 20 mil apartamentos vazios. Desde a eclosão da crise econômica mundial, que atingiu com força a Espanha, milhares de pessoas já foram despejadas de suas casas por falta de pagamento de aluguel ou hipoteca.
 
Leia a matéria no El Pais

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