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terça-feira, 26 de junho de 2012

Paraguaios/as residentes no exterior repudiam deposição de Fernando Lugo

 
Natasha Pitts

Jornalista da Adital
Organizações de paraguaios e paraguaias que vivem no exterior se manifestaram sobre a situação política vivida em seu país. O consenso é pela não aceitação à deposição de Fernando Lugo, a quem consideram o único presidente do Paraguai. Como os meios de comunicação em favor do julgamento político, entidades, organizações e sociedade civil se reuniram e construíram o site Paraguai Resiste (http://paraguayresiste.com/)
Em comunicado à opinião pública, os integrantes do Collectif Paraguay (França), Asociación Les dentelles du nanduti (França), Asociación de Residentes Paraguayos en Austria (Arpa), Asociación Virgen de Caacupe (Belgica), Comité de Deportes Belgica, Periodico Rohayhu Paraguay (España), Associação Japayke (Brasil) e Asociación de Paraguayos Residentes en Nerja (Espanha) se dizem indignados e preocupados com a atitude dos deputados e senadores paraguaios e com o que ela pode acarretar.
"Comunicamos nossa preocupação sobre as consequências internas e externas deste ato incompreensível impulsionado pelos atores de uma política retrógrada e carente de toda autoridade moral por seu negro passado de corrupção”, disparam.
As organizações também repudiam a falta de argumento e de provas concretas que justificassem o julgamento político de Fernando Lugo e apontam que esta foi a maneira encontrada para barrar mudanças estruturais impulsionadas pelo governo de Lugo, como a implementação do Imposto de Renda, a reforma no Judiciário, o direito ao voto dos paraguaios e paraguaias residentes no exterior e o desbloqueio das listassábanas.
Humberto Salazar Jara, presidente da Associação Japayke, com sede na cidade de São Paulo, no Brasil, complementa o conteúdo do comunicado à opinião pública e assegura todo apoio ao presidente deposto, quem considera o único mandatário do país por ter sido escolhido em eleições, conforme previsto na Constituição.
"Para nós o que aconteceu foi um golpe de Estado dado pelos donos do Paraguai, pois houve pouco tempo para Fernando Lugo se defender. Nós só aceitamos Lugo no poder e para nós ele continua sendo o presidente, o único presidente do Paraguai”, assegura.
Os paraguaios e paraguaias residentes no exterior apoiam a decisão de Lugo de não aceitar sua deposição de um cargo para o qual foi escolhido em eleições livres e democráticas. Diante disso, asseguram que não vão esquecer o que aconteceu e pretendem, de seus países de residência, organizar manifestações pacíficas para mostrar o descontentamento com a violação da democracia no Paraguai.
De acordo com Humberto, as manifestações já começaram. Ontem (25), entidades ligadas ao movimento sindical, popular e estudantil promoveram um ato em frente ao Consulado do Paraguai, em São Paulo, onde foi entregue um documento com o posicionamento das organizações presentes, mostrando descontentamento com a atual situação vivida no país vizinho.
Daqui para frente, novas manifestações pacíficas devem acontecer. As organizações de paraguaios e paraguaias residentes no exterior chamam a população de seu país a não esquecer e a agir. "Encorajamos e apoiamos a todos os cidadãos paraguaios a se manifestar de forma pacífica e a fazer frente a esta nova tentativa de desestabilização para que se respeite a vontade popular”, encerram.

Adital

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