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sábado, 30 de junho de 2012

Objeto encontrado no mar báltico, será um OVNI?

Anomalia Báltica: Portal para onde, quando...ou quê?. 16808.jpeg


 
Começou em 1 de junho, quando o Oceano X-Team liderado pelos mergulhadores suecos Peter Lindberg e Asberg Dennis a bordo do Ancylus saiu do porto Norrtälje para examinar um objeto em forma de disco 100 metros abaixo da superfície, entre a Suécia e a Finlândia. O que eles descobriram no fundo do Mar Báltico produziu mais perguntas que respostas...

A equipe foi até as profundezas escuras do Mar Báltico para investigar um disco misterioso em forma de cogumelo em cima de um pilar de pedra que se eleva a oito metros do fundo do mar, com 60 metros de espessura. A circunferência do disco mede 180 metros e é de 4 metros de espessura. É um círculo perfeito. No topo, há um objeto esférico medindo 4 metros de diâmetro e numerosas áreas ardidas, que parecem fogueiras ou lareiras. As áreas queimadas são esféricas.

O que é mais surpreendente é o que exames 3-D do sonar têm revelado dentro do objeto: paredes lisas e corredores e uma escadaria que leva para baixo. Existe um furo na parte superior da cúpula e algo que parece uma pista que leva até ela no fundo do oceano com 1.500 metros de comprimento. Peter Lindberg afirma que o objeto ou foi feito pelo homem, ou então uma formação natural redesenhada e reestruturada.

"Quando a gente saiu e viu as paredes que eram rectas e lisas, era assustador, como em um filme de ficção científica" - Dennis Asberg - Ocean Explorer, Co-Fundador.

As paredes internas da estrutura são perfeitamente lisas e formam um ângulo recto com o chão. Mas isso não é tudo. Exista a uma distância de 200 metros a segunda anomalia, descrita pelos mergulhadores como algo que parece uma janela de uma igreja gótica. A equipe não podia ver de mais detalhes porque o Mar Báltico tem uma grande quantidade de sedimentos e o tempo de mergulho era curto.

A equipe também descobriu que a estrutura principal interferiu com o seu equipamento. Nada eletrônica funcionou em uma área de 200 metros ao redor do objeto. Nem telefones por satélite, nem câmeras de vídeo.

Outro mergulho vai acontecer em duas semanas, desta vez com peritos científicos a bordo.

Uma pergunta: A Anomalia Báltica é um portal para onde, para quando ou para quê? E quando foi formado? Talvez a resposta a estas perguntas é: não estamos sozinhos.

Timofei Belov
Pravda.Ru

A $ubversão contra Cuba (em espanhol)



 

Denunciam em Cuba recrudescimento de campanha midiática dos EUA


  
   
Havana, 27 jun (Prensa Latina) O governo dos Estados Unidos parece intensificar sua campanha midiática de difamação contra Cuba, palco no qual manipula os objetivos da atualização do modelo econômico da ilha, denunciou hoje aqui a imprensa.

  Segundo um artigo do Granma diário, os ataques buscam manter enganada à opinião pública norte-americana sobre a realidade no país caribenho.

"Quando um cubano conversa com algum cidadão dos Estados Unidos -dos que estão sendo autorizados pelo governo de seu país a visitar a Ilha- se assombra pela surpresa que este manifesta ante as coisas observadas em cada lugar e em cada minuto, pela distância que aprecia entre aquilo que tem diante de si e o que tinha visto ou lido sobre Cuba", precisa.

Pelas leis do bloqueio, cerco vigente por mais de meio século, Washington proíbe os estadunidenses visitarem Cuba, salvo casos pontuais nos quais autoriza viagens sob licenças e restrições.

O artigo do Granma adverte um incremento da cruzada midiática, a partir das transformações em curso na ilha, processo encaminhado -dentro do socialismo- a elevar a eficiência econômica e a produtividade com os alinhamentos aprovados em abril de 2011 durante o VI Congresso do Partido Comunista.

Aspectos inovadores da orientação atual da campanha de descrédito são aqueles que afirmam que as mudanças refletem uma vontade de regressar ao passado capitalista ante a suposta incapacidade do governo para encauzar de outra maneira a economia fracassada pelo socialismo, aponta o rotativo.

De acordo com a fonte, o ataque mediático consiste em repetir "de mil maneiras ao longo de meio século" consignas como o fracasso da Revolução, o isolamento de Cuba, o descontentamento, as deserções, as carências, a repressão, os direitos humanos violados e as liberdades econômicas limitadas.

A campanha de descrédito é uma das arestas da política contra o país caribenho, promovida pela Casa Branca, que desde 1997 gasta mais de 200 milhões de dólares para a subversão e a desestabilização interna, dado que exclui os recursos destinados com idêntico fim por agências de inteligência.

PRENSA LATINA

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Policiais assassinados: retrocesso fez violência explodir em SP


O ajuntamento político que mantém o retrocesso no poder em São Paulo aposta em Serra, de novo.  Segurança pública paulista  faliu, povo sofre nas ruas com a insegurança, mas se JN e Veja não publicam, quem vê  mal nisso?

A notícia abaixo, colhida no R7, explicita aquilo que paulistas e paulistanos já vem sentindo na pele e temendo no dia a dia: a segurança pública do estado mais rico do Brasil faliu e não consegue impor autoridade contra co crime organizado.
Mais de 40 policiais assassinados, ônibus queimados e o medo reinando no comércio.
O saldo é para lá de negativo.
Quem encarna este fracasso?
Os atuais governantes da capital e do estado, aliados desde 1995, que estão levando São Paulo ao retrocesso político, ao desastre social.
Até a verba para distribuição do sopão aos pobres e desabrigados o prefeito da cidade mais rica do Brasil, Kassab, chegou a cancelar, mas pressionado e prevendo danos eleitorais ao seu candidato, Serra, voltou atrás horas depois.
Mas se o JN não divulga ou se a Veja não escandaliza, ninguém percebe?

Com 40 PMs mortos e dez ônibus incendiados, governo ainda nega que haja ataque organizado contra polícia

Delegado-geral diz que sequência de mortes "chama atenção" e ainda é investigada

Mesmo com a morte de quase 40 policiais e dez ônibus queimados no Estado, o Governo continua negando que haja um ataque organizado contra a polícia. Segundo o delegado-geral da Polícia Civil, Marcos Carneiro, a sequência de mortes "chama atenção", mas as investigações ainda não apontam correlação e seria "prematuro afirmar que houve algo coordenado".

— A linha de investigação está chegando nas autorias, já tem autor definido, e ainda não existe uma correlação. O importante é chegar no autor e depois na motivação. (...) A polícia não descarta nenhuma possiblidade, trabalha com todas as hipóteses, mas é prematuro afirmar que houve algo coordenado. O fato é que chama atenção essa sequência de morte.

Apenas até esta quinta-feira (28), já são 40 policiais militares mortos no Estado. Em 2011, esse número foi de 47 durante todo o ano. Isso significa que em seis meses já ocorreram 85% das mortes registradas no último ano. Além dos assassinatos, ao menos três bases da PM foram atingidas por tiros, sendo a última na madrugada desta quinta-feira, no Grajaú.

E não é só. Desde que as mortes começaram (na semana passada), dez ônibus foram queimados em diversos pontos da região metropolitana de São Paulo. Os casos ocorreram da noite de sexta-feira (22) até a noite de quarta (27). Na capital foram dois no Sacomã e um no Capão Redondo (zona sul), dois no Tremembé (zona norte) e um em Sapopemba (zona leste). Outros três foram incendiados em Guarulhos, Diadema e Taboão da Serra.

Na noite de quarta-feira, outro coletivo foi incendiado, desta vez no município de Ferraz de Vasconcelos e a empresa de ônibus ViaSul interrompeu a circulação e os coletivos foram recolhidos.

De acordo com o major Marcel Soffner, porta-voz da Polícia Militar, apesar das investigações não descartarem nenhuma hipótese, as ações criminosas de queimar os coletivos são consideradas desconexas. Soffner afirmou que a PM está fazendo um mapeamento das ações e que não há motivo para alarmes.

— São formas totalmente desconexas [de ataques a ônibus], mas não podemos afirmar nem descartar nada. O que não podemos é fazer comparações com eventos do passado. A PM já está adotando algumas ações de policiamento ostensivo diretamente relacionado a isso.

Sobre a questão dos ônibus, Carneiro também diz que não se pode fazer a correlação com as mortes dos PMs.

PMs mortos já são 70% do total de 2011— As delegacias de bairros estão investigando [os coletivos], a gente acredita que são atos isolados, daquelas pessoas que querem tumultuar. E afeta-se a população mais carente. É um trabalho difícil.

Mortes
No último caso, registrado na segunda-feira (25), um policial militar foi morto durante uma tentativa de assalto a uma pizzaria, em Praia Grande, litoral de São Paulo. Segundo a PM, a vítima estava de folga e estava no local aguardando o pedido ficar pronto.

De acordo com o coronel Roberval Ferreira França, todas as vítimas foram assassinadas fora do horário de trabalho. Essa informação contradiz, porém, dados da própria SSP (Secretária de Segurança Público). O balanço trimestral da secretaria aponta que dois PMs foram mortos em serviço no Estado nos primeiros três meses do ano.

Toque de recolher
Um suposto toque de recolher assustou moradores da zona sul de São Paulo. De acordo com a PM, tudo não passou de boato, mas uma associação de moradores da região acusam os próprios policiais militares de impor o fechamento de comércios.

Em um site, a Associação de Moradores da Vila da Paz soltou uma nota em que diz que a Policia Militar passou “nesta terça-feira (26) em comboio pelas ruas mandando todos baixarem as portas dos comércios e entrarem para dentro de casa”.

Ainda segundo a nota, na quarta-feira o toque de recolher era para toda a região do Ipiranga e que “as escolas já dispensaram seus alunos e os ônibus estavam sendo recolhidos as garagens”.

Governo
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), avisou, também na quarta-feira, que se os criminosos enfrentarem a policia irão “levar a pior”. Ainda de acordo com o governador, a polícia, que reforçou o patrulhamento em razão dos atentados, não irá “retroceder um milímetro”.

— A Polícia não vai retroceder um milímetro. Já tem gente presa e todos serão presos. E se enfrentar a polícia, vai levar a pior.

PSDB envergonha Brasil e América Latina ao apoiar golpe no Paraguai

 

PSB, PT, PC do B e Psol foram os partidos que reprovaram oficialmente os acontecimentos políticos que culminaram com a derrubada de Fernando Lugo da Presidência do Paraguai

psdb golpe paraguai
Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB, manifestou total apoio dos tucanos aos golpistas
O impeachment do presidente paraguaio Fernando Lugo não tem unanimidade entre os partidos políticos brasileiros. A maioria dos partidos manifestou apoio ao chefe de Estado destituído, seguindo manifesto do PT, que classificou a ação do legislativo paraguaio de golpe de Estado. O Wikileaks também vazou esta semana documentos que revelam que os EUA já sabiam que haveria um golpe naquele país desde 2009. No entanto, o PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), principal legenda da oposição, defende a decisão do legislativo paraguaio e critica a diplomacia brasileira.
Em nota divulgada nesta terça-feira (26/06) e assinada por seu presidente nacional, o deputado federal Sérgio Guerra, o partido afirma que não houve rompimento das leis no Paraguai “tampouco ataque à ordem vigente na nação vizinha”. Guerra, no entanto, destacou negativamente a velocidade do processo de impeachment.
Na nota, o partido condenou a posição do Itamaraty em relação à crise política paraguaia afirmando “que o governo brasileiro age de maneira precipitada quando defende – ou mesmo implementa – sanções ao Paraguai na Unasul e em outras instâncias internacionais”. A decisão do Legislativo paraguaio, segundo o líder tucano, será respeitada.
A posição tucana também é defendida pelos líderes de outros dois partidos, um da oposição e outro da base aliada. Roberto Freire, presidente nacional do PPS (Partido Popular Socialista), em nota na segunda-feira (25/06) afirma que seu partido continua a defender o princípio da autodeterminação dos povos e da não intervenção. Esse princípio, segundo o deputado, “surgiu para evitar que os Estados Unidos se intrometessem em nossos assuntos; não devemos agora achar que podemos interferir em assuntos de outros países; é preciso tomar um certo cuidado com isso”.
A mesma opinião teve o presidente do PP (Partido Progressista), que compõe a base aliada do governo brasileiro. O senador Francisco Dornelles afirma que o país não pode afrontar a decisão do Congresso paraguaio e que, se houve alguma decisão equivocada, ela deveria ser questionada pela Suprema Corte do país. “Não tem sentido Brasil fazer papel de polícia na América Latina como Estados Unidos faziam. O Brasil tem que respeitar a decisão do Congresso do Paraguai. Não pode cometer um erro para dar a eles motivo para criar dificuldades comerciais para o país”, disse o senador na segunda-feira (25/06).
No entanto, a posição dos três líderes difere de outros partidos que já se manifestaram sobre o ocorrido, notadamente o PT (Partido dos Trabalhadores), PSB (Partido Socialista Brasileiro), PC do B (Partido Comunista do Brasil), que compõem a base aliada, e o Psol (Partido Socialismo e Liberdade), da oposição.
PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro), Democratas e PSD (Partido Social Democrático) informaram, por meio de suas assessorias, que não tem um posicionamento oficial sobre a crise.

Golpe de Estado

O diretório nacional do PT condenou na segunda-feira (25/06) a deposição de Lugo em um ato que classificou como golpe de Estado. O partido também criticou a rapidez com que o Congresso paraguaio decidiu-se pelo impeachmment do ex-bispo, dando-lhe apenas duas horas para que ele pudesse se defender.
“A direita paraguaia, valendo-se de sua maioria parlamentar, promoveu uma deposição sumária, na qual concedeu ao presidente não mais que duas horas para se defender de um processo de impeachment. Os setores conservadores paraguaios empreenderam, assim, um verdadeiro golpe de Estado, destituindo um presidente eleito soberana e democraticamente pelo povo paraguaio”.
Para o Partido dos Trabalhadores, “o motivo real do impeachment é outro: impedir uma vitória da esquerda paraguaia, agrupada na Frente Guasu, nas próximas eleições presidenciais marcadas para abril de 2013”.
Outra crítica feita pelo PT foi em relação à desculpa utilizada para a deposição de Lugo, em razão das mortes nos conflitos agrários em Curuguaty, no dia 15 de maio.
Opera Mundi

Pragmatismo Político

A CPI do Cachoeira e a credibilidade do Legislativo

 



Por Leonardo Avritzer
A instalação pelo Congresso Nacional da CPI para investigar os negócios do contraventor Carlinhos Cachoeira com o sistema político e também outros atores privados é bem-vinda e pode significar um papel ativo do Legislativo no processo de combate à corrupção no Brasil. No entanto, dado o histórico das CPIs é interessante tomar alguns cuidados para que, ao final, ela não signifique mais um episódio de desgaste do Legislativo. Nas duas pesquisas sobre corrupção feitas pelo Centro de Referência do Interesse Público da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o CRIP, apareceram dois dados preocupantes em relação ao papel do Congresso Nacional no combate ao problema.
Quando perguntamos aos entrevistados se conheciam as iniciativas de combate à corrupção do Congresso, 61% responderam positivamente. Elas eram mais conhecidas, por exemplo, que as ações do Judiciário e de órgãos de controle como a Controladoria Geral da União (CGU). Mas quando perguntamos sobre a efetividade das ações do Legislativo no combate à corrupção, elas ocupavam o último lugar, atrás da Polícia Federal, Judiciário e da CGU. A percepção da opinião pública sobre as investigações de corrupção do Congresso Nacional é que as CPIs não são efetivas.
Quando nos perguntamos qual é o motivo desta disparidade entre conhecimento das CPIs e a baixa credibilidade da opinião pública quanto à sua efetividade, a resposta que parece expressar melhor esta atitude seria a da parcialidade das CPIs, constituídas pelo Congresso Nacional com base na representação dos partidos na Câmara e no Senado. Até aí nada de errado, na medida em que o princípio da soberania e do voto da maioria constitui o Legislativo e não se poderia esperar que não houvesse maiorias e minorias nas CPIs. No entanto, o problema das CPIs é que, em vez de investigar escândalos relevantes e apresentar relatórios bem fundamentados à opinião pública para propiciar a punição de malfeitos, elas rapidamente se transformam em espaços de disputas de poder entre governo e oposição. O governo quer investigar a oposição e a oposição quer investigar o governo. Além disso, há um insuportável processo de vazamento de informações que, frequentemente, atrapalha as investigações ainda em curso. No final, o Congresso tem a sua credibilidade manchada por estes comportamentos.

Este é o risco da CPI do Cachoeira. O que a opinião pública espera, é que ela utilize os instrumentos da legislação, a convocação, a quebra de sigilo bancário e até mesmo o uso de dados coletados pela Policia Federal, para explicar duas coisas: a influência do crime organizado no Congresso Nacional e a triangulação entre escutas telefônicas, imprensa e tráfico de influência em Brasília. Estes são os dois objetos que se espera sejam apurados em todas a sua extensão pela CPI. É verdade que a grande imprensa já apontou um outro foco para a comissão, a relação específica entre alguns políticos do governo e da oposição e o contraventor Carlinhos Cachoeira. Limitar a CPI a este foco certamente terá consequências bastante deletérias para a reputação do Congresso Nacional.
A primeira delas é despertar um movimento de defesa e ataque entre governo e a oposição no momento em que forem examinadas as situações de políticos como Demóstenes Torres (ex-DEM, agora sem partido), de um lado, e Agnelo Queiroz (PT) de outro. Essa é a falsa polarização que a grande imprensa gostaria que ocorresse. De um lado, essa polarização dará visibilidade à CPI, mas às custas da perda ainda maior de credibilidade do Congresso. De outro lado, há em parte da grande imprensa a tentativa de retirar as relações entre a revista Veja e Carlinhos Cachoeira do foco da CPI. Acho extremamente importante evitarmos a polarização entre governo e oposição para não perdermos o foco da CPI. A verdadeira questão desta comissão de inquérito é como o crime organizado se articula, em especial, quais são os seus tentáculos no Congresso Nacional. Sabemos muito pouco sobre a relação entre o crime organizado e sistema político no Brasil, ainda que seja bastante comentada a informação de que o crime organizado é um dos grandes financiadores de campanhas pelo sistema político. É preciso investigar a veracidade destas informações e tornar o Legislativo menos vulnerável às incursões do crime organizado.
Em segundo lugar, interessa à opinião pública e à democracia no Brasil saber quais eram (ou são) as relações entre a revista semanal Veja e o esquema de escutas ilegais em Brasília. Interessa à opinião pública saber se esse era um lobby, se o lobby era apenas político ou também econômico. Interessa saber se escutas que foram publicadas pelo semanário paulista e que derrubaram administradores públicos que cobravam da construtora Delta revisões em obras mal feitas foram ou não remuneradas pela mesma construtora. E, se foram remuneradas, quem foi pago. A resposta a esta questão irá determinar a maneira como se entenderá a relação entre imprensa, transparência e democracia no Brasil. Se o Legislativo for capaz de responder a essas perguntas com coerência e transparência, ele tem toda a condição de recuperar parte da sua credibilidade e da credibilidade das CPIs.

Carta Capital

quinta-feira, 28 de junho de 2012

“A luta armada foi uma guerra justa”, diz o bispo de Volta Redonda




Escrito por Ana Helena Tavares   
Dom Waldyr Calheiros deu abrigo e facilitou a fuga para outros países de diversos perseguidos políticos. Essa prática, aliada à sua proximidade com movimentos sociais, especialmente sindicais, lhe valeu a alcunha de “responsável por toda a subversão no Vale do Paraíba”. Mas “nas costas de um bispo, há uma espécie de proteção natural”, garante. E a isso credita o fato de estar vivo e de nunca ter sido preso.

Quem anda pela cidade de Volta Redonda, no Vale do Paraíba, sul do estado do Rio de Janeiro, fatalmente passará pela ponte presidente Médici. Cruzá-la indo para a casa de um bispo que lutou contra a ditadura é, no mínimo, uma experiência inusitada, que mostra o quanto o Brasil ainda precisa avançar no esclarecimento de sua história.

Dom Waldyr Calheiros Novaes, bispo emérito de Volta Redonda e Barra do Piraí, abriu as portas de sua casa para conceder entrevista exclusiva ao site “Quem tem medo da democracia?” e se mostrou surpreso com o nome da ponte: “Vou tirar essa placa de lá”, disse rindo, mas expressando um desejo sério. “Médici foi o mais criminoso dos ditadores brasileiros”, completou.

Atraso para o Brasil

Ele acredita que, com o golpe de 64, “houve atraso para o desenvolvimento do país”. E prossegue: “Dali não poderia sair nenhum futuro, aquilo não poderia dar em nada. Os líderes trancados, proibidos de falar... Quem é que ia tomar iniciativas?”.

A intervenção sindical em Volta Redonda

“Aqui, em Volta Redonda, o problema foi que interferiram diretamente no sindicato (dos metalúrgicos da CSN). Tiraram todos aqueles que eram independentes da ditadura e colocaram, dentro do sindicato, os seus assessores de confiança, afastando os outros. Ainda hoje tem gente aí que foi afastada naquela época. Hoje o sindicato não é mais o mesmo, porque a luta é contra a empresa, não contra a ditadura”.

Em 1988, durante o governo Sarney, os operários da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) entraram em greve. Em 9 de novembro daquele ano, o Exército invadiu a fábrica deixando três mortos. Oscar Niemeyer fez um memorial para homenageá-los. Memorial este que foi atacado a bomba em 89. No mesmo ano, um dos líderes da greve, Juarez Antunes, que havia sido recém-eleito prefeito de Volta Redonda, foi morto num suposto acidente de carro. Dom Waldyr acompanhou toda essa história e até hoje acredita que foi atentado.

Álbum de recordações

Em foto histórica, o bispo emérito de Volta Redonda, Dom Waldyr Calheiros, aparece de microfone em punho celebrando missa do velório dos três funcionários da CSN mortos na greve de 1988.

No quadro pendurado na parede da casa de Dom Waldyr, vê-se o registro do momento em que os operários da CSN decidiram aderir à greve.

O banqueiro e as tropas

Falando sobre a influência do capital financeiro na sustentação da ditadura, Dom Waldyr lembrou que um banqueiro mineiro mobilizou tropas de Juiz de Fora para ajudar no golpe. “Vieram para o Rio de Janeiro e no meio do caminho houve uma negociação. Um dos coronéis era meu conhecido, general Cesar Neves, e ele me contou como foi aquilo tudo”.

O poder econômico “dominou, animou e impulsionou”

“Quer dizer, houve iniciativa de empresários. Não há dúvida nenhuma, porque os militares sozinhos, por serem militares, não tinham interesse pessoal em torno disso, tinham que ter o poder econômico por trás. Era o econômico que estava dominando, animando e impulsionando”.

Omissão da mídia

Para o bispo, “a mídia se manteve ausente diante da extravagância da ditadura. Foi omissa, porque tinha interesses econômicos. Nossa democracia não deve nada a eles, a não ser a um ou outro, como o Pasquim”. Mesmo sabendo que havia censura por parte do governo, ele acredita que “os grandes meios de comunicação, se quisessem, poderiam divulgar informações sem assumi-las como posição própria”.

“Porque o problema é que, muitas vezes, havia jornalistas com coragem, dispostos a assinar notícias denunciando o que estava acontecendo, mas os próprios donos não permitiam a veiculação. Para eles, aquilo era comum. Havia todo um comprometimento. O Roberto Marinho de braços dados com Figueiredo não me deixa mentir”, ironiza Dom Waldyr.

O apoio da Igreja Católica ao golpe

Quando “estourou” o golpe, que Dom Waldyr garante ter sido em 1º de abril de 1964, ele era bispo auxiliar do Rio de Janeiro. “Naquela ocasião, o cardeal Dom Jaime de Barros Câmara e Dom Hélder Câmara, que era o secretário da CNBB, pediram uma audiência ao general de plantão (Castelo Branco). Eles se encontraram em Laranjeiras, numa casa pertencente ao governo, junto com mais uns cinco bispos, dentre eles Dom Sigaud, que era da oposição à renovação da Igreja. Hélder ali falou claramente que apoiava as decisões do poder militar e que a Igreja não se ausentava daquela situação, mas não tomou a iniciativa nem estimulou”, contou Dom Waldyr.

A reação da Igreja

“No entanto, quando, no mesmo ano, começaram as torturas, que chegaram dentro de casa, houve uma perseguição a muitos membros da Igreja que lutaram contra a ditadura. Aí, houve outra reunião. Foi para desfazer o contentamento da Igreja com o golpe”.

“Naquela época, havia muitos movimentos sindicais, que faziam passeatas. Naturalmente, aquilo, para a Igreja, era um pouco de desordem. Mas já era uma reação dos operários à ditadura que foi estabelecida. Eles é que reagiram num primeiro momento. A Igreja, depois que viu que seus membros não foram livrados das prisões e das torturas, começou a mudar sua postura”.

O Cardeal que mudou de lado

“Dentro da Igreja, um dos defensores do golpe era o Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Jaime de Barros Câmara. Ele, por sua vez, teve um de seus sobrinhos atingido pela ditadura. Foi na Bahia. Colocaram-no no 5º andar de um prédio e começaram a maltratá-lo. Ele, então, pulou para se livrar daquilo. Suicidou-se. Esse suicídio serviu para Dom Jaime refletir e rever sua posição. Ele afastou toda possibilidade de dar apoio à ditadura”.

A morte do representante do papa

Dom Waldyr relatou que, na ditadura, teve contato com o representante do papa no Brasil, que é chamado “núncio” (palavra que significa anunciador). “Eu me dirigi ao núncio apostólico, o nome dele era Lombardi. Ele era totalmente contra o regime e, assim, foi instigado pela ditadura a se afastar do Brasil para vir outro núncio. Naquela época, a sede dos representantes do papa era no Rio de Janeiro, mas, nessa luta, Lombardi precisou ir até Brasília. Contrariado, porque as autoridades estavam quase colocando a mão em cima de Dom Hélder Câmara, que era a voz da Igreja contra a ditadura, ele quis se entender com as autoridades. Lá, em Brasília, ele teve um enfarto e morreu”.

“Antes da morte dele (do núncio), houve aqui um problema bastante antipático. O comandante do Batalhão de Infantaria Blindada (BIB), que era localizado em Barra Mansa, bem perto de Volta Redonda, para tomar conta da Companhia Siderúrgica, um bem nacional, achou de convocar as autoridades locais para fazer uma exposição muito negativa de mim. Disseram que eu tinha relações com todas as organizações comunistas internacionais”.

“Responsável pela subversão no Vale do Paraíba”

“O comandante dizia que tinha cartas minhas trocadas com revolucionários do Uruguai, do Paraguai etc. ... E convocou delegados, promotores, todas as autoridades da sociedade, para ouvir a exposição dele. Alguns membros da Igreja que foram ouvi-lo me contaram tudo. Ele me acusava de ser o responsável por toda a subversão no Vale do Paraíba. Falava: ‘o bispo comunista incita as pessoas a ingressarem na luta’. E atribuiu a isso a prisão, dentre outros, de Waldyr Bedê, que era um professor aqui em Volta Redonda, um homem muito conceituado e esclarecido, sem compromisso com a ditadura, e que trabalhava comigo. Então, eu tive que reagir um pouco. Pedi uma audiência a ele”.

“Não posso prender um bispo”

“Isso foi depois do AI-5. Fui acompanhado do meu vigário-geral, Monsenhor Barreto, disse que tinha conhecimento do que ele (o comandante do BIB) havia dito. ‘Sei o conceito que o senhor tem de mim’. E disse mais: ‘Se o senhor acha que prendem pessoas pelo crime de trabalharem comigo, o criminoso sou eu, me prenda’. Ele respondeu: ‘Pode me dar um tiro, pode jogar uma bomba no batalhão, não posso prender um bispo’”, lembrou Dom Waldyr.

Nesse dia, o bispo permaneceu lá das 8h às 22h. Queria mesmo ser preso junto com aqueles que trabalhavam com ele, o que deixou os militares incomodados. “Não podemos mantê-lo aqui”, diziam. Dom Waldyr conseguiu com isso a libertação de alguns, mas houve um preço. “Cobraram deles que dissessem tudo o que tinham contra mim. Alguns saíram incumbidos de procurar coisas ruins a meu respeito para permanecerem soltos”.

Facilitando fugas

“Uma vez, veio me pedir socorro uma pessoa que se apresentou dizendo que trabalhava com Dom Pedro Casaldáliga (bispo prelado emérito de São Félix do Araguaia, no Mato Grosso). Queria que eu o ajudasse a fugir do país. Como ele trazia o nome de Dom Casaldáliga, já tinha uma credencial... E ele tinha que fugir, pois estar com Pedro não era possível... Fiz o que estava ao meu alcance, me dirigi ao bispo da fronteira, Foz do Iguaçu, e disse: ‘tem um fulano aqui que eu gostaria que você desse uma ajuda para ele passar para o Uruguai’. Ele atendeu. Esse eu sei que encaminhei”.

“E houve também certos companheiros que eu ajudei a fugir daqui (de Volta Redonda) pela perseguição que estava em cima deles. Entre eles, tem um jornalista chamado Aurélio, que ainda é vivo. Ele me disse (naquela época) que estava com receio de que lhe acontecesse alguma coisa. Eu disse a ele: ‘Olha, Aurélio, só há um caminho: é fora daqui, saia daqui’ Ele, então, ‘desapareceu’ por algum tempo. Passada a ditadura, ele voltou e é dono hoje do “Diário do Vale”, que é o jornal da cidade”.

“Confessar-se num livro não redime ninguém”

Dom Waldyr comentou a atitude do ex-delegado Cláudio Guerra, que foi um matador na ditadura e resolveu escrever um livro – “Memórias de uma guerra suja” – contando o que sabe: “O arrependimento é uma coisa muito pessoal. Alguns usam isso em proveito próprio, aproveitando-se da situação atual para se sentirem ainda acolhidos na comunidade, mas não acredito em conversão no caso dele. Se fosse dentro da sujeira que ele estava fazendo, tudo bem. Converter-se agora? Não acredito. E confessar-se num livro não redime ninguém. Se a Comissão da Verdade existir mesmo, ele tem que ser ouvido e acho que não seria perdoado”.

Tortura: “um pedaço da sua carne sofrendo no outro irmão”

“Porque o que a gente espera é que essa Comissão não só descubra os criminosos, mas faça justiça com relação aos que ainda estão vivos. É uma satisfação para os familiares das vítimas e para a sociedade. Os torturadores têm que ser julgados e punidos. Porque isso que eles fizeram foi muito doloroso e essa atitude não se faz sem uma opção pessoal. Torturar uma pessoa, sem ela ser criminosa, e mesmo que fosse, é inadmissível. É um pedaço da sua carne sofrendo no outro irmão”.

Luta armada: “um instrumento de libertação”

Para Dom Waldyr, a luta armada de esquerda foi “totalmente legítima” a partir do momento que funcionou como “um instrumento de libertação para os que lutaram e uma forma de exigir que a prática de tortura não continuasse”. Para ele, “ninguém tem uma vocação suicida, maltratando o seu direito de viver, então eles (os guerrilheiros) fizeram o que era necessário”. E vai além: “Quando um país é oprimido e sofre, por estar sob domínio, a Igreja defende uma guerra justa e admite que aqueles que estão sofrendo e passando mal se levantem para se defender dessas torturas. Uma guerra justa”.

Comissão da Verdade

O bispo considera que os nomes escolhidos para integrar a Comissão “são confiáveis, são pessoas que passaram pela experiência (da ditadura) e não falarão genericamente, porque são testemunhas da verdade”. Mas não entende o porquê do espaço de tempo de 1946 a 1988: “Só se for para atrasar o resultado”, disse.

Uma sugestão para a Comissão

“Tem um casal conhecido meu que o filho deles trabalhava no Exército, no batalhão de Barra Mansa, na época da ditadura. Uma vez, ele vinha de lá para Volta Redonda, num jipe do Exército. Era noite e prenderam um rapaz que estava pintando uma propaganda da Casa Confiança. Colocaram-no dentro da caminhonete, onde começaram a socá-lo. Nisso, ele caiu, bateu com a cabeça numa pedra e morreu. Até hoje a família é enganada pensando que houve um acidente, mas tem uma irmã dele consciente de que o mataram. Esse é um caso que a Comissão da Verdade deveria apurar e descobrir o que aconteceu, porque ele morreu dentro do quartel”.

Um comentário sobre FHC

“Eu conheci Fernando Henrique Cardoso quando a ditadura ainda o amarrava. Ele era um dos conferencistas privilegiados pela CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil). Quando o regime começou a se endurecer, a CNBB o convidava para ele expor qual seria a melhor atitude. Nós fomos companheiros dele, quando tivemos oportunidade de estudar como nos libertarmos disso. O que aconteceu depois da ditadura foi que os homens começaram a querer tirar vantagem”.

A importância do passado para o presente

“É importante (que haja o esclarecimento dos crimes da ditadura) primeiro para que o Brasil supere a falta de memória dos que viveram e não se interessaram pelo bem da sociedade. Talvez alguns tenham se afastado, valendo-se daquele velho ditado ‘Como o fogo não é na minha casa, que os outros tomem conta que não é comigo’. Somente esses – os que não foram atingidos – é que podem ficar indiferentes ao que se passou. É uma espécie de egoísmo exaltado ao máximo. Quem perde a memória do passado não pode saber, diante do presente, que passou aquela experiência”.

“Se eu souber de um torturador, abro o bico”

Perguntado sobre sua opinião a respeito dos jovens que têm pintado muros e colocado faixas em locais onde moram ou trabalham ex-torturadores, Dom Waldyr reagiu positivamente: “Acho que é uma boa contribuição. Uma atitude dessas é uma participação da comunidade ao repúdio que se tem diante da ditadura e do seu modo de tratar, que foi uma miséria, tratavam as pessoas como se fossem animais. Acho que é uma ajuda importante, porque foi injustíssimo aquilo. Então que se faça justiça hoje, quando se tem um ambiente para isso. Se eu souber de um torturador, abro o bico, grito claramente com os instrumentos de que eu puder dispor. Porque a impunidade dos criminosos de ontem é a pior coisa para que outros cometam novos crimes”.

“Quem vai para a delegacia é pobre”

Falando sobre o Brasil de hoje, o bispo pergunta-se: “Quem vai para a delegacia?”. Ele mesmo responde: “É pobre!”. E prossegue: “Tudo o que fazem lá com ele (com o pobre) é justificado, porque ele fez isso, aquilo e aquilo outro... Aí aparecem pessoas delatando a vida do povo, testemunhas às vezes falsas. Acho que é indecente por parte daqueles que se aproveitam disso”.

Dilma: “uma esperança”

“Acho que Dilma é uma esperança. Tenho estado de pleno acordo com a maioria das atitudes que ela vem tomando”, diz o bispo. E conclui: “Espero que ela consiga fazer com que essa Comissão da Verdade funcione, não só reconstituindo a verdade, mas punindo os crimes dos agentes do Estado”.

Ana Helena Tavares é editora do site “Quem tem medo da democracia?”, onde foi originalmente publicado este texto.

Correio da Cidadania
 

ULAN frente al golpe de Estado en Paraguay

 



La Unión Latinoamericana de Agencias de Noticias (ULAN) repudia el golpe de Estado ocurrido en Paraguay contra el presidente elegido por el voto popular Fernando Lugo, y se solidariza con el pueblo paraguayo frente a un nuevo atropello a la democracia.
A su vez, desde la ULAN manifestamos la preocupación de las agencias públicas por desandar los nuevos mecanismos destituyentes que los grupos de poder concentrado intentan implementar, con mayor o menor  éxito, en toda la región para desestabilizar los procesos democráticos con inclusión e integración surgidos y reafirmados en las urnas.
En este sentido, afirmamos que lo que ocurre en Paraguay afecta a la América latina toda y nos interpela como pueblos hermanos.
Por esta razón, consideramos cada vez más central el rol de los medios públicos en la defensa y consolidación de las instituciones de la democracia, al tiempo que revalidamos el compromiso de informar con responsabilidad y claridad los sucesos ocurridos y ofrecemos al pueblo de Paraguay nuestros espacios para que puedan expresarse ante la violación de sus derechos ciudadanos.



Serra, Colorados e o PRI: o atraso manda em SP há 18 anos



O trio que, aliado ao que há de mais retrógrado, governa São Paulo.  Serra representará os interesses dos grandes grupos midiáticos e de radicais conservadores nas eleições municipais de outubro

Os tucanos governam São Paulo desde janeiro de 1995, neste período de quase 18 anos não conseguiram resolver problemas básicos e essenciais do estado e da capital.

Pior ainda, fizeram crescer uma onda neo conservadora, raivosa e preconceituosa, exemplificadas pelos bárbaros e fúteis ataques a homossexuais, que provocaram mortes ou a nordestinos, influenciadas por políticas restritivas que contribuíram para gerar tais bárbaros atos.

O novo não tem tido vez em São Paulo porque quem se apoderou do estado isola-se dos problemas que afetam os mais pobres e se recusam a cooperar para minorar os dramas de seu povo.

Blindados pela grande imprensa que ajudam a sustentar financeiramente, como ocorre na compra de assinaturas de revistas e jornais, sem licitação, para escolas públicas estaduais, tucanos e aliados avançam com um plano que resulta na desmobilização da sociedade e uma consequente acomodação no poder.

Com tanto a frente dos paulistas, conservadores não podem ser comparados a nada em âmbito regional, porque lá se vão 18 anos e a memória do eleitor é confundida e embaçada pelo noticiário bondoso da imprensa e pela publicidade alienadora do governo estadual. O eleitor é levado a crer em um ambiente de escolhas medíocres e são enganados a permanecer no engodo do o que tá lá, é preservado "para não piorar".

Mas é muito mais do que blindar o que a imprensa, aliada de primeira hora de tucanos e conservadores radicais, faz.
O noticiário cega o olhar crítico da maioria do povo paulista ou esconde os caroços embaixo do angu.

O que já ocorreu em São Paulo ao longo destes longos 18 anos, por incompetência ou má gestão, fosse em outro estado ou no governo federal, seria motivos de grandes editoriais indignados, mereceria uma série de matérias para desancar os ocupantes do Palácio do Bandeirantes e deixaria em alerta constante a sociedade, pois bem, veja quantas situações graves ou calamitosas o governo paulista provocou ou se omitiu em resolver.

Acidentes em obras públicas:

Estação Pinheiros do Metrô
Em janeiro de 2007, o desabamento nas obras da Estação Pinheiros do Metrô, em São Paulo, resultou na abertura de uma cratera de 80 m de diâmetro por 30 m de profundidade, que "engoliu" quatro caminhões, dois carros, uma van e abalou estruturas de edificações vizinhas. Sete pessoas morreram no acidente.

Rodoanel
Neste mês, três vigas de 85 t e cerca de 40 m de comprimento caíram do viaduto no trecho sul do Rodoanel Mario Covas, atualmente em obras, sobre a rodovia Regis Bittencourt, atingindo dois carros e um caminhão.

Estação Eucaliptos do metrô
22 de junho de 2012, acidente em uma das obras do Metrô de São Paulo matou duas pessoas no início da tarde desta sexta-feira. As vítimas eram funcionários do Consórcio Heleno Fonseca/Triunfo-Iesa e trabalhavam na construção da Estação Eucaliptos da Linha 5-Lilás, na Avenida Ibirapuera, zona sul da capital paulista.

Segurança pública:

Ataques do PCC
Na noite da sexta-feira 12 de maio de 2006, integrantes do Partido do Crime realizaram uma rebelião em 74 presídios e orquestraram 373 ataques contra bases policiais e postos do Corpo de Bombeiros.

Nas semanas seguintes, foi a vez de as autoridades darem a resposta: dezenas de mortes foram registradas nesse revide – muitas famílias reclamam do assassinato de inocentes.

No total, pelas informações oficiais da época, 154 pessoas morreram, sendo 24 PMs, 11 policiais civis, nove agentes penitenciários, 110 cidadãos - 79 deles suspeitos de ligação com o PCC. Estimativas de entidades médicas apontaram 493 mortes.

Conflito entre as polícias
Policiais militares e civis entraram em conflito em 16 de outubro de 2008, durante o protesto dos civis, que estavam em greve há um mês. O confronto foi motivado pela truculência da PM que barrou a passagem de uma passeata dos policiais civis rumo ao Palácio do Bandeirantes, sede do governo estadual. Houve tiroteio e algumas pessoas saíram feridas, entre elas o coronel Antão, um dos negociadores da greve, que foi levado ao Hospital Albert Einstein.
A Polícia de São Paulo recebe um dos menores salários do Brasil.

Arrastões em condomínios
O número de arrastões a condomínios na capital paulista já passou de 13 ocorrências , mais do que o número registrado ao longo de todo o ano de 2011.

Arrastões em restaurantes
27 ocorrências até junho deste ano desta modalidade de crime, que o ex-secretário nacional de segurança pública coronel José Vicente da Silva, tentou minimizar, como sendo "quase nada". “Foram 27 arrastões de janeiro até agora e isso é quase nada no conjunto de assaltos da cidade, que somam 500 por dia”.

Massacre do Pinheirinho
Em 22 de janeiro de 2012, mais de mil policiais fortemente armados invadiram a comunidade de Pinheirinho, em São José dos Campos, região próspera e desenvolvida do estado de São Paulo. Pegos de surpresa, quando ainda dormiam, na expectativa de chegar a um acordo com o poder público, através de uma intermediação do governo federal e de uma liminar da Justiça Federal que suspendia a reintegração de posse por 15 dias. A segurança pública do estado mair ricos país negou aos moradores o direito de legítima defesa do povo da comunidade e os reprimiu com extrema violência.

Caos do transporte público
Constantes acidentes nas operações dos trens e metrôs de São Paulo que penalizam, diariamente, milhões de passageiros, esmagados dentro das composições, convivendo com uma rotina de atrasos e paralisações dos serviços.

Fato lastimável que mereceu uma publicação no twitter de total desprezo ao povo de São paulo, por parte de Soninha Francine, aliada fiel de tucanos e demos ao comentar sobre mais um dos acidentes no metrô:
"Metro caótico, é? Não fosse p TV e Tuíter, nem saberia. Peguei Linha Verde e Amarela sussa. #mtoloco."

Novos ataques do PCC
Ônibus incendiados e policiais assassinados pela facção criminosa, dada como "morta" pelo governo do estado, mas aparece vigorosa em seus delitos e provando, cabalmente, que a segurança pública do governo tucano, há tempos, perde a batalha contra os criminosos, os números de homicídios crescem, enquanto no Rio de Janeiro, caem.

Como afirmou José Carlos Aleluia, deputado federal baiano pelo DEM, ao comemorar o sucesso do golpe de estado praticado pelos conservadores paraguaios contra Lugo: "se a moda pega [alegar má gestão para destituir governante]" os paulistas não estariam há muito tempo sofrendo com tantos descasos e ações criminosas por parte do estado.
Não pagariam os pedágios mais caros do Brasil ou teriam uma das pioras avaliações da educação pública do país. Tampouco seus professores seriam humilhados com remunerações indignas e atacados por policiais quando se manifestam contra tamanha indignidade.

Não fosse a mesada que o PSDB dá a editora Abril, editora Globo, Folha de São Paulo e Estadão, através de generosa subvenção pública para levar as publicações destas empresas ao alcance de crianças e adolescentes nas escolas e bibliotecas públicas, estariam tucanos e seus parceiros políticos tranquilos sem se sentirem incomodados com tantos escândalos acumulados?

Como é bom ter amigos fiéis, mesmo que por isso sejam regiamente remunerados, né mesmo?

A oportunidade
As eleições de outubro representam justamente o aglutinação do velho, do atrasado e do radical conservadorismo que representam Serra, Kassab e a coligação midiática que os sustentam massivamente frente aos seus eleitores em troca de generosos “subsídios” estatais, todos estarão do mesmo lado do ringue eleitoral, reconhecidos pelo azul e amarelo e o número 45.

Este é o poderoso agrupamento que seus adversários terão que combater e demonstrar para a sociedade, irrefutavelmente, que esta situação não pode continuar persistindo.

Caberá ao paulistano identificar, de maneira clara, aquilo que se põe a sua escolha e começar a mudar a correlação de forças políticas de São Paulo, a partir da capital.

Assim como aconteceu com o PRI mexicano e o Partido Colorado Paraguaio, a “institucionalização” do poder por parte deste círculo político predominante, pode representar sérios riscos a democracia brasileira, de tão retrógradas e excludentes se apresentam as ideias do conjunto societário que se agregam, ano após ano, para permanecerem fortes.

São Paulo que tem vocação para vanguarda, a metrópole que recebe gente do país inteiro e da América Latina, não pode se acomodar na louvação à retrógradas.

Palavras Diversas

Dez fatos chocantes sobre os Estados Unidos da América


     
[Apesar de se apresentarem ao mundo como defensores dos direitos humanos no seu país e em nível internacional, os Estados Unidos comentem uma série de violações que representam o desrespeito a milhares de estadunidenses, especialmente aos mais pobres e aos negros. Neste artigo, Antônio Santos, comenta dez fatos nesse sentido].
 Antônio Santos,
do Diário da Liberdade, Portugal.

1 - Os Estados Unidos têm a maior população carcerária do mundo. Apesar de compor menos de 5% da humanidade , tem mais de 25% da comunidade presa. Em cada 100 americanos, um está preso.
Desde os anos 80, a surreal taxa de encarceramento dos EUA é um negócio e um instrumento de controlo social: à medida que o negócio das prisões privadas se alastra como gangrena, uma nova categoria de milionários consolida o seu poder político. Os donos destes cárceres são também na prática donos de escravos, que trabalham nas fábricas no interior prisão por salários inferiores a 50 centavos de dólar por hora. Este trabalho escravo é tão competitivo, que muitos municípios sobrevivem financeiramente graças às suas próprias prisões, aprovando simultaneamente leis que vulgarizam sentenças de até 15 anos de prisão por crimes menores como roubar uma pastilha elástica. O alvo destas leis draconianas são os mais pobres, mas sobretudo os negros, que representando apenas 13% da população americana, compõem 40% da população prisional do país.

2 - Cerca de 22% das crianças americanas vivem abaixo do limiar da pobreza
Calcula-se que cerca de 16 milhões de crianças americanas vivam sem “segurança alimentar”, ou seja, em famílias sem capacidade econômica de satisfazer os requisitos nutricionais mínimos de uma dieta saudável. As estatísticas provam que estas crianças têm piores resultados escolares, aceitam piores empregos, não vão à universidade e têm uma maior probabilidade de, quando adultos, serem presos.

3 - Entre 1890 e 2012 os EUA invadiram ou bombardearam 149 países  É maior a quantidade dos países do mundo em que os EUA intervieram militarmente do que aqueles em que ainda não o fizeram. Números conservadores apontam para mais de 8 milhões de mortes causadas pelos EUA só no século XX. E por detrás desta lista escondem-se centenas de outras operações secretas, golpes de Estado (como no caso do Brasil em 1964 ) e patrocínio de ditadores e grupos terroristas. Segundo Obama, que conquistou o Nobel da Paz, os EUA têm neste momento mais de 70 operações militares secretas em vários países do mundo. O mesmo presidente criou o maior orçamento militar norte-americano desde a Segunda Guerra Mundial, batendo de longe George W. Bush.

4 - Os EUA são o único país da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) que não oferece qualquer tipo de subsídio de maternidade
Embora estes números variem de acordo com o Estado e dependam dos contratos redigidos pela empresa, é prática corrente que as mulheres americanas não tenham direito a nenhum dia pago nem antes nem depois de dar à luz. Em muitos casos, não existe sequer a possibilidade de tirar baixa sem vencimento. Quase todos os países do mundo oferecem entre 12 e 50 semanas pagas em licença de maternidade. Neste aspecto, os Estados Unidos fazem companhia à Papua Nova Guiné e à Suazilândia com zero semanas. 
5 - 125 americanos morrem a cada dia por não poderem pagar qualquer tipo de plano privado de saúde
Se não tiver seguro de saúde (como 50 milhões de americanos não têm), então, tem boas razões para recear mais a ambulância e os cuidados de saúde que lhe vão prestar, que um inocente ataquezinho cardíaco. As viagens de ambulância custam em média 500 euros, a estadia num hospital público mais de 200 euros por noite, e a maioria das operações cirúrgicas situadas nas dezenas de milhares, é bom que possa pagar um seguro de saúde privado. Caso contrário, a América é a terra das oportunidades e como o nome indicam, terá a oportunidade de se endividar até às orelhas e também a oportunidade de ficar em casa, fazer figas e esperar não morrer desta vez.

6 - Os EUA foram fundados sobre o genocídio de 10 milhões de nativos. Entre 1940 e 1980, 40% de todas as mulheres que viviam em reservas índigenas, foram esterilizadas, contra sua vontade pelo governo americano
Esqueçam a história do Dia de Ação de Graças, com índios e colonos a partilhar placidamente o mesmo peru à volta da mesma mesa. A História dos Estados Unidos começa no programa de erradicação dos índios. Tendo em conta as restrições atuais à imigração ilegal, ninguém diria que os fundadores deste país foram eles mesmo imigrantes ilegais, que vieram sem o consentimento dos que já viviam na América. Durante dois séculos, os índios foram perseguidos e assassinados, despojados de tudo e empurrados para minúsculas reservas de terras inférteis, em lixeiras nucleares e sobre solos contaminados. Em pleno século XX, os EUA puseram em marcha um plano de esterilização forçada de mulheres índias, pedindo-lhes para colocar uma cruz num formulário escrito numa língua que não compreendiam, ameaçando-as com o corte de subsídios caso não consentissem o ato ou, simplesmente, recusando-lhes acesso a maternidades e hospitais. Mas que ninguém se espante, os EUA foram o primeiro país do mundo a levar a cabo esterilizações forçadas ao abrigo de um programa de eugenia, inicialmente contra pessoas portadoras de deficiência e mais tarde contra negros e índios.

7 - Todos os imigrantes são obrigados a jurar não ser comunistas para poder viver nos EUAPara além de ter que jurar que não é um agente secreto nem um criminoso de guerra nazi, vão-lhe perguntar se é, ou alguma vez foi membro do “Partido Comunista”, se tem simpatias anarquista ou se defende intelectualmente alguma organização considerada “terrorista”. Se responder que sim a qualquer destas perguntas, ser-lhe-á automaticamente negado o direito de viver e trabalhar nos EUA por “prova de fraco carácter moral”.

8 - O preço médio de um curso superior  numa universidade pública é 80 000 dólares O ensino superior é uma autêntica mina de ouro para os banqueiros. Virtualmente todos os estudantes têm dívidas astronômicas, que acrescidas de juros, levarão em média 15 anos a pagar. Durante esse período os alunos tornam-se servos dos bancos e das suas dívidas, sendo muitas vezes forçados a contrair novos empréstimos para pagar os antigos e ainda assim sobreviver. O sistema de servidão completa-se com a liberdade dos bancos de vender e comprar as dívidas dos alunos a seu bel-prazer, sem o consentimento ou sequer a informação do devedor. Num dia deve-se dinheiro a um banco com uma taxa de juro e no dia seguinte, pode-se dever dinheiro a um banco diferente com nova e mais elevada taxa de juro. Entre 1999 e 2012, a dívida total dos estudantes americanos ascendeu a 1,5 trilhões de dólares, subindo assustadores 500%.

9 - Os EUA são o país do mundo com mais armas de fogo por habitante: para cada 10 americanos, há 9 armas 
Não é de espantar que os EUA levem o primeiro lugar na lista dos países com a maior coleção de armas. O que surpreende é a comparação com o resto do mundo: no resto do planeta, há 1 arma para cada 10 pessoas. Nos Estados Unidos, 9 para cada 10. Nos EUA podemos encontrar 5% de todas as pessoas do mundo e 30% de todas as armas, qualquer coisa como 275 milhões. E esta estatística tende a se extremar, já que os americanos compram mais de metade de todas as armas fabricadas no mundo.

10 - Há mais  americanos que acreditam no Diabo do que os que acreditam em DarwinA maioria dos americanos são cépticos; pelo menos no que toca à teoria da evolução, em que apenas 40% dos norte-americanos acredita. Já a existência de Satanás e do inferno, soa perfeitamente plausível a mais de 60% dos americanos. Esta radicalidade religiosa explica as “conversas diárias” do ex-presidente Bush com Deus e mesmo os comentários do ex-candidato Rick Santorum, que acusou os acadêmicos americanos de serem controlados por Satã.

Enviado por Miguel Gonçalves Trujillo Filho

Presidente mais pobre do mundo ainda anda de fusca e doa 90% do salário

                                  

 Como prometido antes da eleição, o presidente do Uruguai José Pepe Mujica ainda mora em sua pequena fazenda em Rincon del Cerro, nos arredores de Montevidéu. A moradia não poderia deixar de ser modesta, já que o dirigente acaba de ser apontado como o presidente mais pobre do mundo.

pepe mujica mais pobre mundo
Pepe Mujica em seu fusca. O 'presidente mais pobre' do mundo ainda doa 90% do seu salário
Pepe recebe 12.500 dólares mensais por seu trabalho à frente do país, mas doa 90% de seu salário, ou seja, vive com 1.250 dólares ou 2.538 reais ou ainda 25.824 pesos uruguaios. O restante do dinheiro é distribuído entre pequenas empresas e ONGs que trabalham com habitação.
“Este dinheiro me basta, e tem que bastar porque há outros uruguaios que vivem com menos”, diz o presidente.
Aos 77 anos, Mujica vive de forma simples, usando as mesmas roupas e desfrutando a companhia dos mesmos amigos de antes de chegar ao poder.
Além de sua casa, seu único patrimônio é um velho Volkswagen cor celeste avaliado em pouco mais de mil dólares. Como transporte oficial, usa apenas um Chevrolet Corsa. Sua esposa, a senadora Lucía Topolansky também doa a maior parte de seus rendimentos.
Sem contas bancárias ou dívidas, Mujica disse ao jornal El Mundo, da Espanha, que espera concluir seu mandato para descansar sossegado em Rincon del Cerro.

Mujica também oferece residência oficial para abrigar moradores de rua

O presidente do Uruguai, José Mujica, ofereceu nesta quinta-feira (31) sua residência oficial para abrigar moradores de rua durante o próximo inverno caso faltem vagas em abrigos oficiais do governo.
Ele pediu que fosse feito um relatório listando os edifícios públicos disponíveis para serem utilizados pelos desabrigados e, após os resultados, avaliará se há a necessidade da concessão da sede da Presidência. De acordo com a revista semanal Búsqueda, Mujica disponibilizou ainda o palácio de Suarez y Reyes, prédio inabitado onde ocorrem apenas reuniões de governo.
No último dia 24 de maio, uma moradora de rua e seu filho foram instalados na residência presidencial por sugestão de Mujica ao Ministério de Desenvolvimento Social. Logo após o convite, contudo, encontraram outro local para se alojar.
O presidente não mora em sua residência oficial, pois escolheu viver em seu sítio, localizado em uma área de classe média nas redondezas de Montevidéu. Nem mesmo seu antecessor, o ex-presidente Tabaré Vázquez (2005-2010), ocupou o palácio durante seu mandato. Ambos representam os dois primeiros governos marcadamente progressistas da história do Uruguai.
No inverno do ano passado, pelo menos cinco moradores de rua morreram por hipotermia. O fato causou uma crise no governo e acarretou na destituição da ministra de Desenvolvimento Social, Ana Vignoli.

Moradias populares

Em julho de 2011, Mujica assinou a venda da residência presidencial de veraneio, localizada em Punta del Este, principal balneário turístico do país, para o banco estatal República. A operação rendeu ao governo 2,7 milhões dólares e abrirá espaço para escritórios e um espaço cultural.
Vídeo divulgado no Youtube mostra Mujica em seu fusca. Assista:
A venda dessa residência estava nos planos de Mujica desde que assumiu a Presidência em março de 2010. Com os fundos amealhados, será incrementado o orçamento do Plano Juntos de Moradias. Também é planejado o financiamento de uma escola agrária na região, onde jovens de baixa renda poderão ter acesso a cursos técnicos.
El Guia Latino e Opera Mundi

Encontrado OVNI no fundo do Mar Báltico

 


 
 

 

Um objeto voador não identificado (OVNI)  foi descoberto no verão passado no Mar Báltico.

No início deste mês, mergulhadores suecos conseguiram observar o objeto e até mesmo filmá-lo. A sua forma se parece com um cogumelo grande, no topo do qual há um orifício em forma de ovo e alguns elementos misteriosos. Os cientistas também viram marcas da travagem feita pelo objeto, que se estendem a grande distância.
Os pesquisadores contaram que todos os dispositivos eletrônicos deixam de funcionar perto do OVNI, embora continuem a trabalhar à distância de 100 metros do objeto.

Fonte: ruvr.ru

Paraguai e o golpe do colonialismo interno

 

Por Luciana Ballestrin
O conceito de “colonialidade do poder” elaborado originalmente pelo peruano Aníbal Quijano em 1992 e ampliado pelo argentino Walter Mignolo em 2010 é fundamental para entendermos os processos de dominação e opressão que ocorrem nas sociedades pós-coloniais. Ele pressupõe que o fim do processo histórico da colonização não significou o fim das relações de colonialidade que seguem controlando a economia, a autoridade, a natureza, os recursos naturais, o gênero, a sexualidade, a subjetividade e o conhecimento. Na década de 90, um grupo de intelectuais intitulado “Modernidade/Colonialidade” trouxe a América Latina para o debate pós-colonial, anteriormente dominado pela atenção aos contextos africano e asiático. Ora, a América Latina foi, de fato, a primeira experiência colonial para a conformação do sistema-mundo moderno capitalista nos termos de Immanuel Wallerstein. E mais do que isto: somos um continente que sofreu e sofre de colonialismos sobrepostos: externo, regional e interno.
Apoiadores de Lugo fazem manifestação em frente à sede da tevê pública do Paraguai, em Assunção. Foto: Norberto Duarte / AFP
Apoiadores de Lugo fazem manifestação em frente à sede da tevê pública do Paraguai, em Assunção. Foto: Norberto Duarte / AFP
O Paraguai é um país que se enquadra nas três categorias. Colonizado por espanhóis e prejudicado sistematicamente pelas várias formas de imperialismo internacional e subimperialismo regional, o Paraguai contemporâneo está na periferia da periferia do sistema internacional e na periferia da América Latina. Sendo uma nação bilíngue e mestiçada, a grande maioria dos paraguaios resiste linguisticamente ao preservar a língua materna e indígena guarani. O país possui cerca de 40% de sua população vivendo em áreas rurais e 50% do PIB paraguaio provêm da agricultura. A informalidade econômica atesta a precariedade das condições de trabalho. Na fronteira territorial com o Brasil, há disputas de terras com os chamados brasiguaios e fluxos de contrabando.
Caudilhismo e autoritarismo são velhos conhecidos na política paraguaia. Institucionalmente são as forças que historicamente representaram o colonialismo interno. O conceito de colonialismo interno se aplica a nações soberanas que após a independência reproduzem internamente o colonialismo de que foram vítimas externamente. Na América Latina as populações indígena e afrodescendente formam historicamente “os condenados da terra”, para usar a expressão de Franz Fanon. A ideia de colonialismo interno denuncia a persistência de estruturas econômicas, políticas, jurídicas e culturais que inferiorizam a grande parte da população colonizada.
Neste contexto, a construção das instituições políticas reflete de forma muito especial a colonialidade do poder. O Paraguai é um país historicamente instável do ponto de vista da política institucional, sendo as elites partidárias da Asociación Nacional Republicana – mais conhecida Partido Colorado – e do Partido Liberal Radical Auténtico representantes de uma oligarquia fundiária conservadora e de setores médios urbanos e rurais mais liberalizados, respectivamente.

Quando, em 2008, este último apoiou a eleição de Fernando Lugo pela Aliança Patriótica pela Mudança – uma coligação de vários partidos de esquerda e centro-esquerda – rompia-se no Paraguai a hegemonia governamental colorada de mais de 60 anos ininterruptos. Fernando Lugo, um ex-bispo católico associado ao pensamento da Teologia da Libertação, representou pela primeira vez a eleição de um presidente da República mais vinculado aos setores populares e organizados da sociedade paraguaia. Não por acaso, a suposta conivência com os movimentos sociais do campo serviu como justificativa para o mau desempenho de suas funções – um artigo muito subjetivo e relativo da Constituição paraguaia que possibilitou seu impedimento.
Ele foi constitucional, no entanto, com vocação claramente golpista. Em menos de 48 horas, o presidente do Paraguai eleito de forma democrática foi destituído sumariamente do seu cargo pela Câmara e Senado, sem apoio popular, direito à defesa, acusação substancial e discussão pública. Assim como o golpe militar ocorrido em Honduras em 2009 e a tentativa frustrada em 2010 no Equador, o golpe constitucional no Paraguai serve de alerta para todas as cidadãs e cidadãos latino-americanos que lutam cotidianamente pela democracia. Revela-nos que paradoxalmente seu funcionamento não é garantido pelas próprias instituições políticas que lhe dão suporte – um balde de água fria nas teorias neoinstitucionalistas.
O processo contínuo de construção da democracia no Paraguai e na América Latina depende, sobretudo, da de-colonização do poder em todas as suas manifestações de colonialismo sobreposto. Não, nós não nos esquecemos da nossa diferença colonial. E é justamente ela que nos unifica.
*Luciana Ballestrin é professora do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

Carta Capital

Ex-auxiliar de Agnelo chora e nega aliança com Cachoeira

 

Claudio Monteiro chora durante depoimento da CPI. Foto: Wilson Dias / ABr
Claudio Monteiro chora durante depoimento da CPI. Foto: Wilson Dias / ABr
Depois de dois dias de tumultos na CPI do Cachoeira, o depoimento de Cláudio Monteiro, ex-chefe de gabinete do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), foi menos tenso que o dado por auxiliares do governador de Goiás, Marconi Perillo. Como esperado, Monteiro negou todas as acusações contra ele (as principais são a de chefiar um esquema de jogos ilegais e fazer tráfico de influência). O que não era esperada, entretanto, foi a reação da oposição. Parlamentares do PSDB elogiaram a postura de Monteiro, cujo depoimento foi amplamente favorável ao petista Agnelo.
Durante todo o depoimento, Monteiro pediu provas de seu envolvimento com o esquema do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Monteiro foi acusado de receber propina no valor de R$ 20 mil, além de mesadas da organização de Cachoeira, e de ter um dos rádios Nextel, que, segundo a PF, foram habilitados pela quadrilha para comunicação interna e tentar escapar dos grampos autorizados pela Justiça. “Tenho perguntado reiteradas vezes e pergunto até hoje: Onde está o rádio? Onde está a gravação de conversa feita com esse rádio?”, insistiu Monteiro. Ele pediu outras provas de seu envolvimento: “Qual foi a licitação que eu interferi, se não sou ordenador de despesas? Qual o tráfico de influência que fiz? Cadê a propina? Cadê a prova de mesada?”

Em seu depoimento, Monteiro admitiu ter recebido o ex-diretor da Delta no Centro-Oeste, Cláudio Abreu, mas disse que o encontro foi realizado para tratar da prestação de serviço de coleta e tratamento de lixo, contrato que a empresa tinha por licitação feita pelo governo anterior. “Ninguém sabia àquela época que era uma empresa inidônea”, disse. Segundo Monteiro, não houve nenhuma conversa sobre sistemas de bilhetes eletrônicos no transporte público do DF. Escutas telefônicas da PF dão conta de que havia um plano da organização de fraudar licitações nessa área. De acordo com o depoente, duas reuniões ocorreram para tratar de uma reclamação da Delta de que o governo não estava cumprindo sua parte na infraestrutura do processamento de lixo.
O ex-chefe de gabinete do DF disse que tinha um relacionamento superficial com Idalberto Martins, o Dadá, apontado pela PF como espião de Cachoeira. Disse que Dadá o ajudou na campanha e que havia comparecido a um evento promovido por ele em apoio ao handball. Monteiro também admitiu que seu filho, João Cláudio Monteiro, tinha contratos com a Delta para aluguel de veículos destinados ao transporte de resíduos sólidos. No entanto, ele disse que essa prestação de serviço não era de sua responsabilidade no governo e que isso nunca foi discutido com o governo ou com a Delta.
Para tucano, depoimento foi “convincente”
O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), um dos oposicionistas mais atuantes na CPI, afirmou que Cláudio Monteiro poderia sair da reunião de cabeça erguida, pois considerou seu depoimento bastante convincente. Sampaio, inclusive, deixou de fazer perguntas ao depoente. O ex-chefe de gabinete de Agnelo chegou a chorar, afirmando que a CPI estava dando oportunidade a ele de se defender diante dos amigos e da família. Ele reiterou que o governo petista não atendeu nenhum pedido relacionado ao esquema de Cachoeira ou da Delta Construções S.A., empresa acusada de envolvimento com o contraventor.
Em resposta ao senador Alvaro Dias (PSDB-PR), que citou trechos de interceptações telefônicas sobre pedidos feitos a ele, Monteiro respondeu: “Para haver uma irregularidade tem que haver causa e efeito. Foram feitos pedidos, mas nenhum foi atendido. Não houve o efeito, é isso que me defende.”
Relator diz que quadrilha não se infiltrou no governo de Agnelo
O relator da CPI, Odair Cunha (PT), que foi acusado de direcionar a investigação contra Perillo, disse após o depoimento que a quadrilha de Cachoeira “não se infiltrou no governo do DF”. Segundo Cunha, as duas demandas da organização – sistema de bilhetagem eletrônica no transporte público e serviço de limpeza urbana – não foram atendidas.
“Cláudio Monteiro não recebeu o rádio Nextel [supostamente distribuído por Cachoeira a integrantes do grupo] e sua voz não aparece nas gravações”, acrescentou Cunha. “Apenas há a citação de seu nome. O fato de ele ter comparecido à CPMI e testemunhado é um diferencial muito importante da ex-chefe de gabinete do governador de Goiás, Marconi Perillo, que recebeu o rádio, teve a voz gravada e não quis prestar depoimento à comissão.”
No entanto, apesar de isentar Monteiro, o relator acredita que possa ter havido cooptação de outras pessoas do governo do DF por Cachoeira. “Precisamos investigar se outras pessoas não foram corrompidas. O fato de os dois outros depoentes de hoje terem ficado em silêncio é um indicativo de envolvimento.”
Ele se referiu ao ex-assessor da Casa Militar do DF Marcelo de Oliveira, que decidiu ficar em silêncio amparado por habeas corpus concedido pela ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Carmen Lúcia, e ao ex-subsecretário de Esportes do DF João Carlos Feitoza, que também tinha habeas corpus, este concedido pelo ministro do STF Marco Aurélio de Mello.
Com informações da Agência Câmara

Carta Capital

terça-feira, 26 de junho de 2012

O purismo e o verdadeiro Maluf

A estratégia era clara demais para comportar tergiversações. O Maluf atual, aquele que merece combate, aquele que é conhecido pelos métodos fascistas de lidar com adversários e movimentos sociais, atende por outro nome: José Serra. Será preciso desenhar?


Ao firmar acordo com o deputado federal Paulo Maluf (PP), se deixando fotografar com seu adversário histórico, o ex-presidente Lula produziu a perplexidade que dominou, no primeiro momento, setores do próprio campo progressista. O debate que se seguiu foi - e é da maior seriedade - e da maior gravidade.

O purismo tem que despertar da frívola ciranda para a dura realidade do mundo adulto, do universo das relações reais entre pessoas e partidos. O erro maior de quase todos os revolucionários brasileiros, do século XIX em diante, foi não apenas ter frequentemente cometido equívocos nas análises das condições objetivas, mas também no exame da condição subjetiva fundamental, que é o alheamento político a que um modelo de exploração desigual submeteu nosso povo. A exclusão de processos decisórios torna-o cético diante do que não sabe, enquanto a classe dominante dá o exemplo com sua atitude invariavelmente cínica.

Analistas políticos que não percebem bem o que acontece por um misto de má-fé e preguiça mental - resultante da partidarização da imprensa e da academia - pontificaram sobre a logística comandada por Lula. E, triste, foram endossados por setores que se apresentam como a "esquerda autêntica". O papel de um operador político do quilate do ex-presidente é semelhante ao do regente de uma orquestra. Não faz a música, mas dá o compasso, define a harmonia do conjunto e tira de cada instrumento o som mais adequado.

Não pode ser confundido com alguém ocupado em arranjos paroquiais para colocar seu candidato em uma posição mais confortável. Não deve ser tratado como bufão que faz parte do espetáculo, mas não é bem-visto na peça. Não lhe faz justiça a roupagem de um Moisés a quem cabia levar seu povo à terra prometida, mas terminou por preferir ser adorador de um bezerro de ouro.

Não houve vacilações ou atitudes opacas, mas perfeito tino da logística requerida pela dinâmica política. A estratégia era clara demais para comportar tergiversações:aliança com ex-prefeita Erundina e o PSB, à esquerda, para garantir o apoio dos socialistas e neutralizar os descontentamentos do grupo ligado à senadora Marta Suplicy. Aliança com Maluf, à direita, para neutralizar parte do PSD de Kassab. Um tabuleiro sobre o qual havia que se debruçar meticulosamente, sem pruridos de uma ética de algibeira.

Esses apoios levariam o candidato do PT ao segundo turno até por que o partido tem históricos 30% dos votos na capital e, à exemplo de Dilma, a rejeição do Fernando Haddad é muito pequena em São Paulo. Para isso seria necessária a manutenção das candidaturas de Russomano e de Netinho, até então provável candidato do PC do B no primeiro turno. No segundo turno, ainda teríamos agregado o apoio de Chalita, do PMDB Apenas assim se conseguiria derrotar a máquina eleitoral do estado e do município de São Paulo pró- Serra, que tem cerca de 30% de rejeição dos eleitores na capital.

Pelo visto , faltou combinar com uma geração que gosta do suicídio político para expiar culpas sociais. Faltou dizer que o Maluf atual, aquele que merece combate, aquele que é conhecido pelas falcatruas e pelos métodos fascistas de lidar com adversários e movimentos sociais, atende por outro nome: José Serra. Será preciso desenhar?


Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil

Lugo pede que se mantenha a resistência em toda a geografia paraguaia

 


O presidente paraguaio destituído na última sexta-feira, Fernando Lugo, informou em entrevista exclusiva à teleSUR que a partir da semana que vem recorrerá toda a nação para explicar detalhadamente o que ocorreu durante o processo de julgamento político.
O presidente destituído pelo Congresso paraguaio, Fernando Lugo, se referiu a um possível regresso à Presidência da República. "Acho muito difícil que ocorra porque já houve um acordo entre os setores de poder, no entanto, nada é impossível, segue mantendo-se a resistência e nesta terça-feira continuam as manifestações em diferentes departamentos do país”.
Em entrevista exclusiva à teleSUR com a correspondente Amanda Huerta, disse que "seria um erro muito grande frear os processos pacíficos de resistência, porque por essa razão foi que na semana passada aceitou esse julgamento político, para evitar violência e sangue; esses jovens e adultos que hoje se manifestam ganharam um espaço na sociedade paraguaia”.
"Nesse sentido, informou que a partir da semana que vem recorrerá "toda a geografia nacional para explicar detalhadamente o que passou sexta-feira na política paraguaia”.
Na opinião do mandatário destituído na sexta-feira passada, "os partidos políticos paraguaios quiseram cortas as asas de um processo que tinha que continuar em 2013, baseado nas políticas públicas e sociais que se haviam empreendido para beneficiar aos cidadãos”.
Referiu-se aos movimentos sociais que se constituíram no Paraguai a raiz do sucedido na semana passada, e os qualificou de "um novo despertar cidadão e político importante para consolidar a democracia”.
"Somente uma democracia participativa e protagônica é a que pode garantir a continuidade de um processo democrático no país”, acrescentou.
Precisamente, em defesa desses planos sociais empreendidos durante a gestão de Lugo, movimentos campesinos e organizações que fazem vida na sociedade paraguaia se mantiveram em manifestações pacíficas em todo o país para defender a continuidade constitucional. Mais de 2.500 campesinos foram à capital do país, após conhecida a notícia do julgamento político, para manifestar seu apoio ao presidente Lugo.
Na ocasião, ministros e deputados acompanharam as marchas que chamavam o Congresso paraguaio a manter a continuidade constitucional e respeitar a vontade democrática do povo, que elegeu o mandatário por meio de um processo eleitoral.
A notícia é da TeleSUR

Adital