Translate

domingo, 22 de abril de 2012

Promotor da CPI resignado a que Libia julgue filho de Kadhafi

 

 

Promotor da CPI resignado a que Líbia julgue filho Kadhafi. 16920.jpeg

Trípoli, (Prensa Latina) O promotor da Corte Penal Internacional (CPI) Luis Moreno Ocampo reconheceu neste sabado o direito da Líbia de julgar a um filho do assassinado Muamar Kadhafi, ainda que evadiu denunciar flagrantes violações das novas autoridades.

Moreno Ocampo aceitou com resignação, em uma coletiva de imprensa oferecida neste sábado em Trípoli, que a "Líbia tem o direito de processar a Saif Al-Islam" el Kadhafi, o filho mais midiático do ex-líder líbio que está detido na região sudoeste de Zintan.
As declarações, feitas ao final de uma visita de quatro dias para recolher evidências sobre supostas violações sexuais de servidores públicos do anterior governo, vieram depois de fortes pressões e chantagens da CPI a Trípoli para tratar de julgar Saif em Haia.
O jurista do tribunal da ONU considerou importante que "a justiça siga seu curso" no tema do filho de Kadhafi, contra quem essa corte ditou uma ordem de detenção em setembro de 2011 por supostos crimes de guerra e de lesa humanidade.
A CPI também imputou os mesmos cargos ao já extinto mandatário e a seu então chefe de inteligência, Abdulah al-Senoussi, detido março passado em Mauritania.
Milícias de Zintan, que na sexta-feira entregaram ao auto-proclamado governo do Conselho Nacional de Transição (CNT) o aeroporto internacional de Trípoli, se negam a ceder Saif al-Islam à capital, alegando temor a que fuja ou seja assassinado no trajeto.
Além disso, líderes dos ex-combatentes contra Kadhafi defendem a ideia de que ele seja julgado naquela região ao sudeste, algo que - em princípio - terminaram permitindo tanto o CNT quanto a CPI, ainda que Moreno Ocampo afirmou hoje que "é uma questão interna dos líbios".
Enquanto familiares de Kadhafi exilados e simpatizantes que permanecem na Líbia denunciam a falta de transparência do sistema judicial, o CNT recalcou hoje a promessa de que garantirá um processo justo, limpo e respeituoso às normas internacionais.
O representante da Líbia perante a CPI, Ahmed al-Jihani, comentou na mesma roda de imprensa que os que cometeram delitos no país serão julgados aqui, e o tribunal de Haia terá um papel complementar, com assessoria e observação.
Moreno Ocampo viajou ontem à ocidental cidade de Misratah para entrevistar supostas vítimas de violações e preparar um expediente para empreender ações legais contra ex-funcionários de Kadhafi, agora no exterior e acusados de cometer esses crimes.
O promotor foi um dos primeiros a avaliar, inclusive sem provas sólidas, os rumores de que o anterior governo líbio repartiu estimulantes sexuais como Viagra e utilizou o estupro de mulheres como arma contra opositores em Misratah.

Fonte: Pravda.ru

Nenhum comentário:

Postar um comentário